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Polícia aponta desvio de R$ 30 mi sob Palocci
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Levantamento concluído pela
Polícia Civil de São Paulo aponta
que o suposto esquema de fraudes na Prefeitura de Ribeirão Preto na administração do ex-ministro Antonio Palocci provocou um
prejuízo de R$ 30,7 milhões.
Os números, atualizados pela
Folha, são de 2001 a 2004 do serviço de varrição não-prestado, mas
pago por meio de supostas medições fraudulentas. Os valores foram obtidos através de cruzamentos de documentos apreendidos no Daerp (Departamento de
Água e Esgotos de Ribeirão Preto)
e na Leão Leão, segundo a polícia.
Esse período incluiu o governo
de Gilberto Maggioni (PT), sucessor de Palocci. O valor nominal da
suposta fraude é de R$ 22,2 milhões e representa exatos 50% de
tudo que foi pago à empreiteira.
Até agora, a polícia e o Ministério Público trabalhavam com um
valor mensal supostamente desviado de R$ 400 mil, valor que sobe agora para R$ 639,6 mil. Palocci deve ser ouvido nesse inquérito
na próxima semana. Hoje, o advogado José Roberto Batochio se
reúne com o delegado Benedito
Valencise para agendar a data. Ele
deve ser indiciado por formação
de quadrilha, peculato, falsidade
ideológica e corrupção passiva.
Outra informação importante
obtida pela polícia foi a possível
confirmação do uso de notas frias
pela Leão. São 174 notas das empresas Twister e Raf Bras que teriam sido utilizadas para simular
a compra no valor de R$ 5 milhões em solvente. A suspeita é reforçada pelo depoimento dos donos da transportadora Euclides
Renato Garbuio, de Rio Claro
(SP), que negaram o transporte
de solvente para a Leão.
Os documentos apreendidos
trazem o nome da Garbuio e as
placas de caminhões que supostamente entregaram os produtos
para Twister e Raf Bras em Ribeirão. A Garbuio confirmou a versão da polícia. A Twister (São
Paulo) e Raf Bras (Rio) foram
apontadas pelo advogado Rogério Tadeu Buratti como empresas
que vendiam notas ficais frias à
Leão. A Comercial Luizinho, de
dois Córregos, também foi citada.
"Está sobrando prova. Para nós,
é ótimo. Para eles, a situação é
gravíssima", disse Valencise.
Para ele, os documentos falsos
camuflaram a lavagem de dinheiro e o pagamento de propina para
agentes públicos, entre eles Palocci. Os advogados de Palocci e da
ex-superintendente do Daerp Isabel Bordini, Sérgio Roxo, negam
irregularidade nos pagamentos
feitos à Leão e disseram não ter tido acesso ao inquérito para completar as explicações. Maggioni
não foi encontrado. Para a Leão,
"todas as notas fiscais foram registradas e contabilizadas".
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