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Jornalista contradiz Palocci sobre caseiro
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em depoimento à Polícia Federal, a jornalista Helena Chagas, diretora da Sucursal de Brasília do
jornal "O Globo", negou ter levado ao ex-ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) a informação
de que o caseiro Francenildo dos
Santos Costa, que ganhava R$ 700
mensais, teria recebido uma
quantia significativa de dinheiro.
Chagas foi ouvida pela PF no inquérito que apura a quebra ilegal
do sigilo bancário do caseiro. Hoje, o delegado Rodrigo Carneiro
Gomes encaminha relatório parcial à Justiça no qual pedirá um
prazo maior para a investigação e
listará como indiciados o ex-ministro Antonio Palocci, o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso e o ex-assessor de imprensa Marcelo Netto.
Ouvida durante duas horas na
noite de segunda-feira, Chagas
afirmou que recebeu uma ligação
telefônica de Palocci na tarde de
15 de março, véspera do dia em
que o sigilo bancário de Francenildo foi violado na Caixa.
No telefonema, o ex-ministro
teria pedido a ela mais informações sobre as tais quantias recebidas pela caseiro. Palocci teria dito
que tomara conhecimento do assunto por meio do senador Tião
Viana (PT-AC), vice-presidente
do Senado e articulador do governo na CPI dos Bingos.
Também no depoimento, Chagas relatou que, em conversa com
o senador Viana, comentou ter
ouvido de seu jardineiro, chamado Leonardo, que Francenildo teria recebido dinheiro.
À PF, em depoimento de 4 de
abril, Palocci afirmou ter recebido
da jornalista a informação de que
o caseiro Francenildo "tinha um
bom dinheiro".
Chagas mora no bairro do Lago
Sul, em Brasília, ao lado da "casa
do lobby", onde Francenildo trabalhava e que era usada por ex-assessores de Palocci.
"O Globo" informou que Chagas está em férias, e Viana não respondeu ao recado deixado pela
reportagem na tarde de ontem.
Jardineiro
O jardineiro Leonardo Moura
disse ontem à noite em depoimento à PF que, em janeiro, Francenildo voltou de férias do Piauí e
contou a ele que havia recebido
um dinheiro de seu pai biológico
e gostaria de comprar um terreno.
Cerca de dois meses depois,
Moura disse que, ao ver a foto de
Francenildo no jornal, comentou
com Helena Chagas, sua patroa, a
conversa que teve com o caseiro
vizinho. Segundo ele, em nenhum
momento Francenildo contou
que tinha conta na CEF. Permanece na investigação, portanto, o
mistério de onde surgiu a informação de que Francenildo era
correntista do banco estatal.
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