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Figueiredo citou 400 peças em 5 conversas gravadas
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
O estilista Rogério Figueiredo não apenas afirmou à Folha,
em entrevista em seu ateliê no
dia 21 de março, que havia doado "mais de 400 peças de alta-costura" a Lu Alckmin como
reforçou a informação, por cinco vezes, em conversas gravadas. Em todas foi específico e
em nenhuma disse que se tratava de "força de expressão".
Quatro dessas conversas
aconteceram antes da publicação da reportagem. Na primeira, o estilista até explicou que,
quando falava de 400 peças,
não se referia ao número de
vestidos, pois um modelo poderia ter duas ou até três peças
-saia, casaco e blusa. Seriam,
portanto, cerca de 200 modelos. Nas outras conversas, reafirmou o número. A Folha insistiu: seriam mesmo 400? E Figueiredo: "É isso".
Quando a assessoria de Lu
Alckmin enviou carta ao jornal
desmentindo o número, a Folha procurou novamente o estilista. Ele disse que a reportagem estava "corretíssima". E
reafirmou: "Tenho a prova de
que foram feitas mais de 400
peças de roupa, gente! [...] Era
vestidinho para foto do Dia das
Mães, vestidinho para receber
cheque de patrocinador, para
despachar no gabinete. São 400
peças. Duzentos modelos, saia
e blusa, dá 400 peças".
A Folha perguntou como ele
poderia provar o que dizia. Figueiredo afirmou que tinha fotos e croquis e que poderia invocar depoimentos de costureiras. "O ateliê inteiro fez trabalhos para ela." Ele pediu ainda que o jornal publicasse o
que ele dizia: "Eu vou sair no
meio disso aí como se fosse um
mentiroso?", questionou.
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