São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 2006

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Figueiredo citou 400 peças em 5 conversas gravadas

MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA

O estilista Rogério Figueiredo não apenas afirmou à Folha, em entrevista em seu ateliê no dia 21 de março, que havia doado "mais de 400 peças de alta-costura" a Lu Alckmin como reforçou a informação, por cinco vezes, em conversas gravadas. Em todas foi específico e em nenhuma disse que se tratava de "força de expressão".
Quatro dessas conversas aconteceram antes da publicação da reportagem. Na primeira, o estilista até explicou que, quando falava de 400 peças, não se referia ao número de vestidos, pois um modelo poderia ter duas ou até três peças -saia, casaco e blusa. Seriam, portanto, cerca de 200 modelos. Nas outras conversas, reafirmou o número. A Folha insistiu: seriam mesmo 400? E Figueiredo: "É isso".
Quando a assessoria de Lu Alckmin enviou carta ao jornal desmentindo o número, a Folha procurou novamente o estilista. Ele disse que a reportagem estava "corretíssima". E reafirmou: "Tenho a prova de que foram feitas mais de 400 peças de roupa, gente! [...] Era vestidinho para foto do Dia das Mães, vestidinho para receber cheque de patrocinador, para despachar no gabinete. São 400 peças. Duzentos modelos, saia e blusa, dá 400 peças".
A Folha perguntou como ele poderia provar o que dizia. Figueiredo afirmou que tinha fotos e croquis e que poderia invocar depoimentos de costureiras. "O ateliê inteiro fez trabalhos para ela." Ele pediu ainda que o jornal publicasse o que ele dizia: "Eu vou sair no meio disso aí como se fosse um mentiroso?", questionou.


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