DA AGÊNCIA FOLHA,

EM CAMPO GRANDE

Fundada há cerca de cem anos, a comunidade de Boa Sorte (117 km de Campo Grande) não tem eletricidade, sofre com a invasão de suas terras e tem o acesso por uma estrada precária, intransitável quando chove.
A situação contrasta com a descrição do programa de governo "Avança Brasil", de 98, da campanha de reeleição de FHC. No item sobre as propostas para as comunidades quilombolas, lê-se: "Promover a titulação de terras, a construção de vias de acesso às comunidades e o fornecimento de energia solar -a exemplo do que se faz em Mato Grosso do Sul".
Segundo o presidente da Associação de Moradores, Arcílio Catarino, 56, a única ação feita foi a titulação provisória. Ele diz que não há eletricidade em nenhuma casa e reclama que os 40 km de terra até a comunidade ficam intransitáveis na chuva.
"O ônibus escolar sai às 4h e leva três horas até a escola", diz. Pela dificuldade de acesso, ninguém da comunidade tem o primeiro grau completo. Boa Sorte ocupa 300 hectares, mas a titulação diz que a área é de 1.200 hectares, que estão na mão de fazendeiros da região. (FM)


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