São Paulo, segunda-feira, 19 de maio de 2008

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Defesa da Amazônia

Na manchete "exclusiva" do "Jornal da Band", no sábado, "ministro do Meio Ambiente vai pedir a Lula que Exército assuma defesa de florestas e reservas ambientais". E na manchete dos sites e portais de domingo, no desembarque do ministro, "Minc quer Forças Armadas na defesa da Amazônia". Diz que é para "replicar" medida que adotou no Rio. Mas replica o discurso de soberania do coordenador do Plano Amazônia Sustentável, Roberto Mangabeira Unger.

A AMAZÔNIA É...

Antonio Scorza/nytimes.com


Foto da reportagem "De quem é a floresta tropical, afinal?", ontem na página 3 do quarto caderno do "NYT" -e na home dos sites todos por aqui

"DE QUEM?"
O correspondente Alexei Barrionuevo usou declaração de Al Gore em 89 ("ao contrário do que pensam os brasileiros, a Amazônia não é deles, mas de todos nós") para requentar o debate sobre internacionalização no "NYT". Diz que a questão retornou com a saída de Marina Silva.
Do outro lado, para declarar "a Amazônia é nossa" e defender a soberania, ele escalou Romeu Tuma Jr. E fechou seu texto acusando o temor brasileiro de "paranóico".

EX-IMPÉRIO
O "NYT" foi precedido, não por Gore, mas pelo questionamento à soberania nos jornais ingleses. Começou há meses, com o "Guardian" saudando a decisão da Guiana de ceder a gestão das florestas e com o "Telegraph" noticiando o projeto do ministro britânico do ambiente de apoiar a compra de terras na Amazônia.
Por fim, sem Marina, o editorial do "Independent" cravou: "Essa parte do Brasil é importante demais para deixar aos brasileiros".

"QUEM DEVE TER MAIS VOZ?"

bbc.co.uk


Dias antes de "NYT" e "Independent" questionarem a soberania, a BBC já o fazia na cobertura intitulada "O Paradoxo da Amazônia". O "paradoxo", na explicação da própria estatal britânica: "Quem deve ter mais voz na gestão da Amazônia? O governo brasileiro? A comunidade internacional?". Na BBC Brasil, sintomaticamente, o nome da série foi mudado para "Desafio Amazônico", sem qualquer questionamento da "gestão da Amazônia".

O CLUBE BRIC

No encerramento do encontro, sexta, era o destaque na busca de Brasil no Google, com despachos de Xinhua, da indiana PTI, mais Reuters, Bloomberg. Era a reunião do "clube Bric", das "maiores economias emergentes", que rendeu como principal notícia, nas agências ocidentais, a própria "formalização" do grupo. Na Bloomberg, o título foi para o chanceler Celso Amorim e sua visão de que o "diálogo Bric está mudando a ordem do mundo".

"ASSUMIDOS"
O jornal "O Estado de S. Paulo" deu cobertura no sábado, também com destaque para Amorim, em longa entrevista, e sua declaração de que "o grupo se assumiu".

"RETARDATÁRIOS"
O "Wall Street Journal", que não cobriu a reunião na Rússia, traz hoje o texto "Em reversão, Brics são retardatários em sua classe", sobre aplicação em emergentes.

"Ô, LULA"

FHC deu longa entrevista a Ricardo Kotscho, no iG, e enviou mensagem: "Ô, Lula, você não acha que chegou o momento de pensar maior? O Brasil está indo para outro patamar, e a política está indo para o buraco. Não dá para a gente pensar grande? Não dá para haver debate? Por exemplo, o que vamos fazer com a riqueza petrolífera?".


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@ - Nelson de Sá


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