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Governo Lula vai perder em abril ao menos 17 ministros
Presidente estimula candidaturas de seus auxiliares para ampliar as bancadas do PT
Para o lugar de Dilma, Lula tenta convencer Paulo Bernardo a assumir a Casa Civil na tentativa de evitar
a desaceleração do PAC
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pelo menos 17 ministros devem deixar o governo em abril
para disputar eleições e alguns
darão lugar aos seus secretários-executivos, encarregados
de impedir a descontinuidade e
proibidos de inventar novos
programas -duas exigências
do presidente Lula para liberar
seus auxiliares.
Além dos ministros candidatos, José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) sairá nas
próximas semanas para assumir como ministro do TCU
(Tribunal de Contas da União).
Das 18 vagas que abrirão entre agosto deste ano e abril de
2010, 12 serão preenchidas automaticamente. Lula avisou na
última reunião ministerial, na
semana passada, que não gostaria de levar ninguém novo para
o governo porque não quer se
comprometer com as ideias de
quem estará chegando.
Alguns secretários estão nos
ministérios há mais tempo que
seus chefes: Luiz Paulo Barreto
(Justiça); Carlos Eduardo Gabas (Previdência); Márcio Zimermann (Minas e Energia);
Fernando Lopes de Oliveira
(Comunicações); e Paulo Sérgio Passos (Transportes).
Barreto foi para a Justiça
com Márcio Thomaz Bastos.
Gabas ajudou a fazer o programa de governo da reeleição de
Lula na área previdenciária. Zimermann foi para Minas e
Energia com Dilma Rousseff e
já foi titular da pasta quando Silas Rondeau deixou o cargo.
Passos era substituto do ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto e foi titular em
2006 quando Alfredo Nascimento deixou o cargo para concorrer a prefeito de Manaus.
Mas em seis ministérios há
problemas e Lula terá de colocar gente nova ou fazer remanejamentos. Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) ficou
sem secretário-executivo depois que Luiz Antônio Eira pediu demissão por conflito com
Dilma. A substituta de Patrus
Ananias no Ministério de Desenvolvimento Social, Arlete
Sampaio, deve disputar eleição.
Mas os dois cargos que mais
tiram o sono de Lula são Relações Institucionais e Casa Civil.
Dilma
No caso de Dilma, interlocutores do presidente afirmam
que ele deve optar por um nome de mais peso que sua substituta natural, Erenice Guerra. A
Folha apurou que Lula tenta
convencer o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a não
se candidatar para assumir a
Casa Civil. Ele conhece o PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) tão bem como
Dilma e pode evitar que as
obras parem num ano eleitoral.
O presidente está interessado em estimular candidaturas
de seus principais auxiliares
por dois motivos: 1) Ele sabe
que Dilma não tem experiência
política e vai precisar, caso eleita, da ajuda do Congresso; 2)
Quer sair do poder garantindo
o recorde de eleger pela primeira vez as maiores bancadas na
Câmara e Senado do PT.
Para isso, Lula ainda tenta
convencer ministros petistas
não muito afeitos a campanhas
a disputarem vagas no Congresso, caso de Fernando Haddad (Educação). Cotado para
concorrer ao governo de São
Paulo, Haddad viu sua candidatura esfriar com a possibilidade
de o deputado Ciro Gomes
(PSB-CE) ter o apoio do PT.
O ministro José Pimentel
(Previdência) concorreria a novo mandato de deputado, mas
já foi convencido pelo presidente a disputar o Senado.
Alguns ministros ainda têm
dúvidas se continuarão no governo até o fim e dizem depender de pedido de Lula, caso de
Altemir Gregolin (Pesca).
Dos 17 ministros que devem
concorrer, oito são do PT: Dilma (Presidência), Tarso Genro
(governo gaúcho), Pimentel
(Senado), Gregolin, Haddad e
Edson Santos (Câmara dos Deputados), Patrus (Senado ou
governo mineiro) e Carlos
Minc (Assembleia Legislativa).
Do PMDB, concorrerão quatro ministros: Geddel (governo
baiano), Reinold Stephanes
(Câmara dos Deputados), Hélio
Costa (Senado ou governo mineiro) e Edison Lobão, que deve trocar a candidatura ao Senado pelo governo do Maranhão a pedido de José Sarney.
O ministro dos Esportes, Orlando Silva (PC do B), deve concorrer a deputado federal pela
Bahia. Carlos Lupi (PDT), do
Trabalho, pensa em disputar
algum cargo no Rio. O ministro
dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR) concorrerá ao governo do Amazonas. Pedro Brito (PSB), dos Portos, é candidato a deputado federal pelo Ceará. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deve
se filiar ao PP para disputar o
Senado ou o governo de Goiás.
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