São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 2005

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Fundo partidário pode ter pago Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Delúbio Soares disse ontem que os recursos que originaram a dívida de R$ 29,4 mil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o PT eram provavelmente originários do fundo partidário, rubrica formada maioritariamente por recursos públicos e que representa uma das principais fontes de financiamento dos partidos.
Questionado na CPI pelo deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) sobre se o "empréstimo ao presidente Lula foi feito via fundo partidário do PT", o ex-tesoureiro do partido disse: "Deve ter sido".
Redecker considerou a informação grave: "Partidos políticos não têm a função de banco, não podem emprestar dinheiro, muito menos do fundo partidário".
A Lei Orgânica dos Partidos Políticos (9.096/95) diz que o fundo partidário pode ser usado para uma série de despesas, entre elas o "pagamento de pessoal, a qualquer título", com limite de 25% do valor recebido.
No balanço de 2002 do PT, o empréstimo é justificado como "adiantamento a empregados" e "adiantamento a terceiros".
Delúbio, que se recusara a falar sobre o assunto na CPI dos Correios, encampou ontem a versão do presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Paulo Okamotto, que diz ter quitado o empréstimo em nome de Lula, já que foi nomeado seu procurador para negociar a rescisão do contrato do presidente com o PT, em 2002.
A dívida foi paga em quatro parcelas em 2003 e 2004. Os depósitos foram feitos na conta do PT no Banco do Brasil em nome de Lula.


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