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Crítica a Palocci enfraquece Tarso no PT
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
As críticas feitas pelo presidente
do PT, Tarso Genro, à política
econômica debilitaram ontem
sua candidatura às eleições internas do partido.
Segundo petistas, as declarações
da véspera - de que o ministro
da Fazenda, Antônio Palocci, errou na fixação de taxa de juros e
meta de superávit - provocaram
reação não só no Campo Majoritário, corrente que controla o partido, mas no próprio governo.
Ontem, em reunião com o bloco
de esquerda do partido, o ministro da Coordenação Política, Jaques Wagner, disse que "está
equivocado" quem aposta em
mudanças na política econômica.
Segundo o deputado Chico
Alencar (PT-RJ), Jaques Wagner
afirmou que "não tem como fazer
inflexão na política econômica"
- único ponto elogiado inclusive
pela oposição - num momento
em que o governo está tão fragilizado. "Cumprir plenamente o Orçamento", disse, "já é um ganho".
Aliado do Campo Majoritário, o
secretário de Mobilização do PT,
Francisco Campos, disse ontem
estranhar as declarações. "É um
erro gravíssimo criticar o Palocci.
A política econômica é o que há
de melhor no governo Lula."
Representantes do Campo Majoritário procurarão Tarso hoje
para alertá-lo do risco de perder
força na disputa pela presidência
do partido.
Essa não é a primeira vez que
Tarso contraria o Campo Majoritário. Depois de fazer críticas ao
desempenho da antiga direção do
partido, Tarso entrou em choque
com o deputado José Dirceu ao
avisar que o PT negará legenda
àqueles que, envolvidos no escândalo do "mensalão", renunciarem
para escapar de possível cassação.
Sem conseguir votar a proposta
no Diretório Nacional - graças a
uma manobra atribuída a Dirceu
- Tarso se queixou publicamente do ex-ministro, afirmando que
preferiria não contar com sua
presença nas reuniões partidárias.
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