São Paulo, quarta, 19 de agosto de 1998

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TRABALHO
Para Clóvis Carvalho, problema não terá uma solução de curto prazo mas não se agravará em quatro anos
Governo descarta piora no desemprego

da Sucursal de Brasília

O ministro-chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho, afirmou ontem que o desemprego não vai se agravar em um eventual segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso.
"A nossa visão é que a situação não irá se agravar", afirmou Carvalho, em resposta a questionamento sobre as perspectivas de agravamento do desemprego nos próximos anos.
"Não se resolverá (o desemprego) em curto prazo. Há problemas estruturais e isso nos angustia e mobiliza. A solução vai avançar nos próximos quatro anos", disse o ministro-chefe da Casa Civil.
Carvalho repetiu o que FHC vem afirmando: que não há uma solução pronta para combater o desemprego no país.
Como a inflação
Segundo o presidente, o governo não trabalha com a hipótese de "solução mágica" e sim com a mesma estratégia utilizada no controle da inflação. "Sabemos qual é o caminho", afirmou Clóvis Carvalho.
O ministro disse que devem ser usados, no combate ao desemprego, a manutenção da estabilidade econômica e dos índices de crescimento e o estímulo aos investimentos estrangeiros -métodos adotados contra a inflação.
Carvalho, assim como FHC, culpou a desigualdade social que existe no país pelo aumento do desemprego. "O desafio do governo é a redução das desigualdades", afirmou ele, repetindo uma das frases mais usadas pelo presidente nos discursos que tem feito.
CPMF
O ministro disse que não há perspectivas de o governo criar novos impostos para financiar as áreas sociais. Segundo ele, o único imposto que deverá ser mantido é a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), mas não deu detalhes sobre como será estendida essa cobrança.
Pela emenda constitucional que criou a CPMF, o imposto deverá ser cobrado até janeiro do ano que vem. Para o governo manter a cobrança, é necessário que o Congresso aprove nova emenda determinando a extensão do prazo.
"Não iremos mais buscar recursos adicionais junto aos contribuintes", afirmou o ministro. "Nós precisamos dar eficácia aos recursos que possuímos."
Na opinião de Carvalho, a tática para elevar o volume e a eficácia dos recursos destinados às áreas sociais é modificar os atuais sistemas de gerenciamento administrativo de vários órgãos federais.
"Não é só iogurte ou dentadura boa. Nós temos de prestar bons serviços e ver se o cliente está satisfeito", disse o ministro, citando alguns dos símbolos do Plano Real como demonstração do aumento do poder aquisitivo da população.



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