São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 2006

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Foco

Em 54, assessor de Getúlio provocou crise que levou ao suicídio do presidente

DA REDAÇÃO

Em 5 de agosto de 1954, o chefe da guarda pessoal de Getúlio Vargas, Gregório Fortunato, organizou um atentado na rua Tonelero, no Rio, contra o líder da oposição, Carlos Lacerda, no qual morreu o major que o acompanhava. No dia 8, após a prisão do atirador (um segurança de Getúlio), Gregório confessou ter ordenado o crime.
O presidente dissolveu a guarda e mandou prender Gregório, mas as pressões para que ele renunciasse aumentaram dia a dia. Em 24 de agosto, os militares deram um ultimato ao presidente, exigindo sua renúncia. Ameaçado de deposição, Getúlio se suicidou às 8h30 com um tiro no coração.
Assim como Getúlio, Gregório também era natural de São Borja, tendo sido peão nas fazendas. Em 1932, ele se destacou no combate à Revolução de 1932 sob o comando de Benjamin Vargas, irmão de Getúlio. Em maio de 1938, depois que o presidente sobreviveu a uma tentativa de golpe, Benjamin recrutou Gregório e criou uma guarda pessoal de Getúlio.
Com a deposição do presidente em 1945, a guarda pessoal foi desativada, e Gregório voltou para São Borja. Em 1950, após a eleição de Getúlio, este o encarregou de reorganizar sua guarda.
De volta à Presidência, Getúlio foi duramente criticado pelo jornalista Carlos Lacerda (UDN), que investia também contra o próprio Gregório. Em 1954, a oposição tentou aprovar o impeachment do presidente, mas fracassou. Quando a situação parecia caminhar para a normalidade, Lacerda sofreu o atentado. Getúlio se matou, e Gregório, chamado de "anjo negro", foi condenado a 25 anos de prisão. Morreu em 23 de outubro de 1962, assassinado por outro detento.


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