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Foco
Em 54, assessor de Getúlio provocou crise que levou ao suicídio do presidente
DA REDAÇÃO
Em 5 de agosto de 1954, o
chefe da guarda pessoal de
Getúlio Vargas, Gregório
Fortunato, organizou um
atentado na rua Tonelero, no
Rio, contra o líder da oposição, Carlos Lacerda, no qual
morreu o major que o acompanhava. No dia 8, após a prisão do atirador (um segurança de Getúlio), Gregório confessou ter ordenado o crime.
O presidente dissolveu a
guarda e mandou prender
Gregório, mas as pressões
para que ele renunciasse aumentaram dia a dia. Em 24
de agosto, os militares deram um ultimato ao presidente, exigindo sua renúncia. Ameaçado de deposição,
Getúlio se suicidou às 8h30
com um tiro no coração.
Assim como Getúlio, Gregório também era natural de
São Borja, tendo sido peão
nas fazendas. Em 1932, ele se
destacou no combate à Revolução de 1932 sob o comando de Benjamin Vargas,
irmão de Getúlio. Em maio
de 1938, depois que o presidente sobreviveu a uma tentativa de golpe, Benjamin recrutou Gregório e criou uma
guarda pessoal de Getúlio.
Com a deposição do presidente em 1945, a guarda pessoal foi desativada, e Gregório voltou para São Borja.
Em 1950, após a eleição de
Getúlio, este o encarregou de
reorganizar sua guarda.
De volta à Presidência, Getúlio foi duramente criticado
pelo jornalista Carlos Lacerda (UDN), que investia também contra o próprio Gregório. Em 1954, a oposição tentou aprovar o impeachment
do presidente, mas fracassou. Quando a situação parecia caminhar para a normalidade, Lacerda sofreu o atentado. Getúlio se matou, e
Gregório, chamado de "anjo
negro", foi condenado a 25
anos de prisão. Morreu em
23 de outubro de 1962, assassinado por outro detento.
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