São Paulo, sábado, 19 de outubro de 2002

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Políticos invertem discurso no RS

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
DO ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

Não chega a ser um paradoxo, mas é uma ironia: na forma, em muitos aspectos o "José Serra" (PSDB) do segundo turno para o governo gaúcho é Tarso Genro (PT). Serra e Tarso estão atrás dos concorrentes, muito além das margens de erro das pesquisas.
Tarso quer mais debates, que seu adversário, Germano Rigotto (PMDB), quer limitar. Lula, aliado de Tarso, é quem evita debates: irá a um. Rigotto foi a dois e vai a mais um. Tarso queria seis.
Serra se diz mais qualificado por ter experiência administrativa. Lula rejeita o argumento. No Rio Grande do Sul, Lula aparece no horário eleitoral exaltando o fato de Tarso ter sido prefeito de Porto Alegre. "Ele tem experiência", diz.
Serra tem como um grande obstáculo a rejeição ao governo de Fernando Henrique Cardoso. No pleito gaúcho, Tarso tem na avaliação negativa do atual governo Olívio Dutra (PT) um peso a carregar. No debate de anteontem na TV, Rigotto perguntou a Tarso por que ele não citava Olívio. Tarso encheu o peito ao falar o nome do governador e desafiou o oponente a saudar FHC, de quem Rigotto foi líder. Rigotto calou.
Num encontro de um clube de jornalistas, Tarso foi cobrado sobre querer os debates que Lula evita. Indagaram-lhe: "O senhor concorda com Ortega y Gasset [filósofo espanhol, 1883-1955], para quem o homem são as suas circunstâncias?" Tarso respondeu: "Sim". E riu. (LG e MM)



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