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CONGRESSO
Desempenho de petista puxa votos para a bancada, historicamente ligada ao PT; número de congressistas vai de 44 a 58
"Onda Lula" faz bancada de sindicalistas aumentar 32%
LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O desempenho eleitoral do presidenciável petista Luiz Inácio Lula da Silva se refletiu também na
composição da bancada sindicalista no Congresso.
A representação sindical dos
trabalhadores obteve um aumento de 32% nesta eleição: em 1998,
foram eleitos 44 congressistas,
número que subiu para 58 nesta
eleição. A partir de 2003 serão 53
deputados e cinco senadores.
Quase a metade da bancada petista será composta de deputados
e senadores com atuação no movimento sindical, segundo levantamento feito pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria
Parlamentar).
Dos 105 congressistas que integrarão a bancada petista na próxima legislatura (de 2003 a 2007), 47
são sindicalistas.
O Diap classifica de sindicalista
deputados e senadores que tiveram militância ou mandato sindical e mantêm vínculo com suas
categorias de origem.
Não foram incluídos no levantamento os profissionais que
prestam serviços aos sindicatos.
PC do B
Dos 91 deputados petistas eleitos, 42 são sindicalistas (46%). Os
cinco senadores sindicalistas são
do PT -35,7% dos 14 que integrarão a bancada do partido no
Senado a partir de 2003.
O PC do B foi o segundo partido
que mais elegeu sindicalistas
-sete. PPS, PDT, PL e PPB elegeram um deputado sindicalista cada um.
"A bancada sindicalista é majoritariamente petista, dado positivo num eventual governo Lula.
Mas, num governo [José] Serra,
será pauleira", afirmou o diretor
de documentação do Diap, Antônio Augusto de Queiroz.
No atual governo Fernando
Henrique, a bancada sindicalista
na Câmara dificultou a votação de
projetos considerados prejudiciais aos trabalhadores.
Muitas vezes a bancada se uniu
aos sindicalistas e interrompeu
votações à força. Por exemplo, a
votação do projeto que flexibiliza
a CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho), na Comissão de Trabalho, no dia 11 de novembro de
2001. O projeto só foi apreciado
no dia seguinte. Passou na Câmara, mas está parado no Senado.
A bancada sindicalista perdeu
alguns representantes, como os
petistas Jair Meneguelli (que não
foi reeleito) e Jaques Wagner
(derrotado na disputa do governo
da Bahia). Em compensação, foram eleitos para a Câmara Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, ex-presidente da CUT (Central
Única dos Trabalhadores), e
Cláudio Magrão (PPS-SP), da
Força Sindical.
Atuação conjunta
"Temos muitas coisas que são
comuns com o PT e certamente
vamos ter uma atuação conjunta
num governo Lula", disse Vicentinho, que participou nesta semana da campanha do petista Geraldo Magela, candidato ao governo
do Distrito Federal, outro sindicalista que ficará fora da Câmara.
Vicentinho, 46, esteve na Câmara e defendeu mudanças nas legislações trabalhista e sindical. "Foi a primeira vez que entrei aqui com
a certeza de que não seria barrado", afirmou o sindicalista, eleito
com 254 mil votos.
Para Vicentinho, a CLT está
"velhinha" e precisa ser substituída por uma nova legislação.
"Mas não concordamos que sejam retirados direitos dos trabalhadores, como este governo tentou fazer", afirmou, numa referência ao projeto de flexibilização
da CLT que está no Senado.
Para o Senado foi eleito Paulo
Paim (PT-RS) -deputado conhecido por defender o aumento
do salário mínimo.
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