|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUDICIÁRIO
Associação gaúcha entrega documento, em que aponta crise de legitimidade, a relator da ONU; Supremo não comenta
Juízes acusam STF de submissão ao governo
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Aproveitando a visita do relator
especial da ONU sobre Independência de Juízes e de Advogados,
Leandro Despouy, a Porto Alegre,
a Ajuris (Associação dos Juízes do
Rio Grande do Sul) denunciou,
por intermédio de uma carta, o
que define como "submissão" do
STF (Supremo Tribunal Federal)
ao governo federal. O documento
foi entregue a Despouy.
O STF não quis comentar as críticas da associação.
A Ajuris critica o critério de escolha dos ministros que compõem o STF e também decisões
tomadas levando em conta interesse econômico do Executivo, de
acordo com o texto assinado pelo
presidente da entidade, o desembargador Carlos Rafael dos Santos Júnior.
"A excessiva vinculação ao Poder Executivo, que detém a prerrogativa de nomeação de todos os
ministros do Supremo Tribunal
Federal, de nossa mais alta corte, é
perniciosa, merecendo alteração
em sua forma de composição",
diz o desembargador.
Ele apontou outros mecanismos, alguns contidos na Reforma
do Judiciário, nocivos à independência dos juízes brasileiros.
Despouy apresentará seu relatório sobre o assunto à ONU (Organização das Nações Unidas) entre novembro e dezembro deste
ano. Caso o parecer seja aprovado, será remetido ao Brasil como
uma recomendação da ONU.
"Esta forma de composição do
Supremo Tribunal Federal brasileiro conduz a uma excessiva vinculação do órgão máximo do Poder Judiciário ao poder político
momentaneamente hegemônico,
que é exercido pelo presidente da
República. Por esse motivo, hoje
se vive, em nosso país, uma crise
de legitimidade do mais alto tribunal brasileiro", diz a nota.
Colaborou a Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Memória: Jornalista morreu sob tortura em outubro de 1975 Próximo Texto: Congresso: Líderes se reúnem para retomar votações Índice
|