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São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2003

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ORÇAMENTO

Valor é mais da metade do total gasto em dez meses da gestão Lula

Governo acelera gastos e deve liberar R$ 17 bi até dezembro

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo Lula se prepara para gastar nas seis semanas que restam para o fim do ano mais da metade de tudo que gastou nos dez primeiros meses de seu mandato em investimentos e outras despesas não-obrigatórias. Quinze dias atrás, ainda havia quase R$ 17 bilhões a serem liberados, dos quais R$ 10 bilhões não eram objeto de nenhum compromisso de gasto, de acordo com dados do Ministério do Planejamento.
"Se sobrar [dinheiro], será por mera fatalidade", informou ontem o ministro Guido Mantega (Planejamento), insistindo em que o governo não pretende fazer nenhuma economia extra além dos 4,25% do Produto Interno Bruto, meta acertada com o Fundo Monetário Internacional: "Superávit extra, de jeito nenhum".
No quesito investimento, por exemplo, o governo havia gasto apenas R$ 1,4 bilhão até 5 de novembro. O limite de gastos fixado pelo ajuste fiscal é de R$ 4,3 bilhões, dos quais havia um primeiro compromisso de pagamento (o chamado empenho de verbas) de uma parcela de R$ 2,7 bilhões até segunda-feira. Antes do ajuste fiscal, a lei orçamentária autorizava investimentos de R$ 14,2 bilhões.
Essa conta não inclui os R$ 2,6 bilhões de investimentos que ficaram pendentes do governo Fernando Henrique Cardoso. Essa conta foi paga entre janeiro e setembro, já na gestão Lula.
"Vamos empenhar tudo, pode escrever", insistiu o ministro. Ele disse em seguida que uma margem de 5% do total autorizado pelo ajuste fiscal pode ficar no papel. Na soma das despesas não-obrigatórias (incluindo investimentos), o governo ainda teria quase R$ 17 bilhões a serem gastos. Até o último dia 5, haviam sido pagos só R$ 31,3 bilhões dos R$ 48,3 bilhões liberados pelo ajuste fiscal.


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