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OUTRO LADO
CEF vê "factóide"; advogado critica análise de tucano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Caixa Econômica Federal atribuiu a compra de parte da carteira de empréstimos a aposentados e pensionistas do BMG à situação vivida pelo mercado financeiro em decorrência da intervenção do Banco Santos, em
novembro de 2004.
"A intervenção sofrida pelo Banco Santos fez com que
as instituições financeiras de
menor porte ficassem expostas a uma carência de
passivos para sustentar suas
carteiras de crédito", diz a
nota da Caixa. Segundo o
banco, antes da Caixa, o
BMG fechou negócios semelhantes de venda de parte da
carteira de crédito consignado no valor de R$ 6 bilhões
com o Itaú e com a Cetelem,
subsidiária da BNP Paribas.
O advogado do banco mineiro, Sérgio Bermudes, deu
a mesma informação, mas
com números diferentes:
R$ 4 bilhões seria o total de
créditos vendidos pelo BMG
a um conjunto de bancos,
incluindo a CEF. Bermudes
não soube informar o valor
total da carteira de empréstimos a aposentados e pensionistas, mas insistiu em que o
BMG ainda detém parte da
carteira. "A cessão de crédito
é um negócio como outro
qualquer, uma operação
normal de compra e venda."
Tanto a CEF como o advogado do BMG criticaram o
senador Álvaro Dias pela
conclusão que tirou da análise dos documentos. "Lamento que o senador tenha
feito afirmações primárias,
isso é um absurdo total", disse Bermudes. A Caixa fala
em "factóide irresponsável e
calunioso" em sua nota:
"Qualquer ilação política
retirada de uma operação típica de mercado, semelhante a que outros grandes bancos realizaram, trata-se de
um oportunismo político,
buscando produzir mais
uma denúncia vazia, sem
comprovação em fatos".
A CEF afirma que, se tivesse algo a ocultar, não teria
fornecido documentos ao
senador. A nota da Caixa
afirma ainda que a estatal teve "um ganho" em relação a
ter aplicado o mesmo valor
na compra de títulos públicos. "A motivação da Caixa
Econômica Federal, assim
como a de outros grandes
bancos, foi aproveitar a
oportunidade de mercado",
afirma a nota. A operação teria sido aprovada pelo presidente e pelos 11 vice-presidentes do banco.
(MS)
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