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Oposicionistas impõem nova derrota ao governo no Senado
Senadores suspendem pagamento de dívida do Banco de Rondônia com a União
Valdir Raupp, líder do PMDB que votou contra o governo, disse que "a situação é muito difícil, a oposição está conseguindo dominar a Casa"
ANDREZA MATAIS
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo sofreu ontem nova derrota no plenário do Senado. Após perder R$ 38 bilhões
da CPMF, os senadores suspenderam pagamento da dívida do Banco do Estado de Rondônia com a União no valor de
R$ 12 milhões mensais, o que
pode gerar um efeito cascata. A
dívida total é de R$ 2,9 bilhões.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR),
que relatou o projeto na Comissão de Assuntos Econômicos,
orientou a base aliada a votar
contra, mas foi derrotado com
os votos de governistas que
aprovaram parecer do senador
Expedito Júnior (PR-RO).
A matéria segue para promulgação. É a segunda derrota
de Jucá em duas semanas. Foi
ele quem conduziu a votação da
CPMF. "O governo não tem 49
votos firmes aqui no Senado,
então a vitória ou a derrota não
é minha, é do país", justificou.
O governo facilitou a votação
porque espera reverter o prejuízo na Justiça e temia retaliações na votação do segundo
turno da DRU (Desvinculação
de Receitas da União), marcada
para hoje. "Você não pode, através de resolução do Senado suspender um contrato em vigência, que é plenamente legal. É
um assunto que vai terminar na
Justiça", afirmou Jucá.
Na comissão, só senadores
do PT votaram com Jucá. "A situação no Senado é muito difícil, a oposição está conseguindo
dominar a Casa", disse o líder
do PMDB, Valdir Raupp (RO),
que votou com a oposição.
A Folha apurou que a votação de ontem foi o pagamento
de fatura da oposição com Expedito Júnior. Ele votou contra
a CPMF em troca dos votos da
oposição nesse projeto.
Em 1998, o Banco Central interveio no Banco de Rondônia.
Após três anos devolveu-o ao
Estado sem liquidar a dívida e
com débito de R$ 600 milhões.
O valor foi renegociado e ao governo estadual coube pagar em
30 anos R$ 12 milhões ao mês.
Como a negociação não passou
pelo Senado, eles entendem
que a dívida pode ser questionada. O projeto aprovado ontem prevê a suspensão do pagamento até a renegociação. Não
há prazo para que isso ocorra.
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