São Paulo, quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

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Oposicionistas impõem nova derrota ao governo no Senado

Senadores suspendem pagamento de dívida do Banco de Rondônia com a União

Valdir Raupp, líder do PMDB que votou contra o governo, disse que "a situação é muito difícil, a oposição está conseguindo dominar a Casa"

ANDREZA MATAIS
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo sofreu ontem nova derrota no plenário do Senado. Após perder R$ 38 bilhões da CPMF, os senadores suspenderam pagamento da dívida do Banco do Estado de Rondônia com a União no valor de R$ 12 milhões mensais, o que pode gerar um efeito cascata. A dívida total é de R$ 2,9 bilhões.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que relatou o projeto na Comissão de Assuntos Econômicos, orientou a base aliada a votar contra, mas foi derrotado com os votos de governistas que aprovaram parecer do senador Expedito Júnior (PR-RO).
A matéria segue para promulgação. É a segunda derrota de Jucá em duas semanas. Foi ele quem conduziu a votação da CPMF. "O governo não tem 49 votos firmes aqui no Senado, então a vitória ou a derrota não é minha, é do país", justificou.
O governo facilitou a votação porque espera reverter o prejuízo na Justiça e temia retaliações na votação do segundo turno da DRU (Desvinculação de Receitas da União), marcada para hoje. "Você não pode, através de resolução do Senado suspender um contrato em vigência, que é plenamente legal. É um assunto que vai terminar na Justiça", afirmou Jucá.
Na comissão, só senadores do PT votaram com Jucá. "A situação no Senado é muito difícil, a oposição está conseguindo dominar a Casa", disse o líder do PMDB, Valdir Raupp (RO), que votou com a oposição.
A Folha apurou que a votação de ontem foi o pagamento de fatura da oposição com Expedito Júnior. Ele votou contra a CPMF em troca dos votos da oposição nesse projeto.
Em 1998, o Banco Central interveio no Banco de Rondônia. Após três anos devolveu-o ao Estado sem liquidar a dívida e com débito de R$ 600 milhões. O valor foi renegociado e ao governo estadual coube pagar em 30 anos R$ 12 milhões ao mês. Como a negociação não passou pelo Senado, eles entendem que a dívida pode ser questionada. O projeto aprovado ontem prevê a suspensão do pagamento até a renegociação. Não há prazo para que isso ocorra.


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