São Paulo, sábado, 19 de dezembro de 1998

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AL
Acusado está em Brasília, afirma mulher
PF busca deputado suspeito em chacina

da Agência Folha, em Maceió

A Polícia Federal começou ontem a procurar o deputado Talvane Albuquerque (PFL-AL), apontado como principal suspeito de ter encomendado a chacina na qual morreu a deputada federal Ceci Cunha (PSDB-AL), na última quarta-feira, em Maceió (AL), após a cerimônia de diplomação dos políticos eleitos no Estado.
"Estamos querendo saber para onde o deputado Talvane viajou. Procuramos em Arapiraca e Maceió e nessas cidades ele não está. Como quem não deve não teme, ele já deveria ter se apresentado", afirmou o coordenador de operações da Superintendência da Polícia Federal de Alagoas, delegado Cláudio Lima.
O governador Manoel Gomes de Barros (PTB) disse ontem que o governo alagoano dará garantia de vida a todas as pessoas procuradas pelas Polícias Civil, Militar e Federal no caso.
"As pessoas que estão sendo procuradas para esclarecer a chacina, inclusive o deputado (Talvane), podem se apresentar porque o Estado lhes dará garantia de vida. Eles podem escolher a quem se apresentar, inclusive, a mim."
O deputado Talvane Albuquerque, que é primeiro suplente da deputada assassinada, manifestou, por meio de sua mulher, Nireide, que teria deixado o Estado por ter sido condenado publicamente e que teme uma represália.
Ontem, a mulher do deputado disse à Agência Folha que estava em Brasília, onde convocaria uma entrevista coletiva que, segundo ela, ainda não tem data para acontecer.
"Estão caluniando o meu marido. Ele vai convocar a imprensa quando se sentir seguro", afirmou.
A Polícia Federal, que trabalha em conjunto com a Polícia Civil no caso, não revela oficialmente os "fortes indícios" que o governador diz possuir para suspeitar do deputado.
Na chacina, morreram a deputada Ceci Cunha, seu marido, Juvenal Cunha, seu cunhado Iran Carlos Maranhão e a mãe dele, Ítala Maranhão.



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