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SEGUNDO MANDATO
Presidente ainda não definiu substituto do ex-ministro para o Ministério do Desenvolvimento
FHC não descarta Mendonça de Barros
da Sucursal de Brasília
A menos de uma semana do prazo previsto para o anúncio do novo
ministério, o presidente Fernando
Henrique Cardoso não descarta a
possibilidade de indicar o ex-ministro das Comunicações Luiz
Carlos Mendonça de Barros para o
futuro Ministério do Desenvolvimento, a principal novidade do segundo governo.
A interlocutores, FHC aponta o
ex-ministro como ideal. Até ontem, o presidente não havia achado um substituto, embora analisasse lista com meia dúzia de nomes. Mendonça de Barros saiu do
governo em novembro, após a divulgação do conteúdo de fitas com
conversas telefônicas grampeadas
no BNDES.
Dúvidas do presidente sobre as
pressões que Mendonça de Barros
provavelmente teria de enfrentar
se voltasse para o governo são o
principal obstáculo à sua nomeação. Além disso, há resistências
claras por parte de políticos da base governista.
O PFL, por exemplo, aliado do
Planalto com o maior número de
votos no Congresso, considera
"inviável" essa nomeação.
O presidente do partido, Jorge
Bornhausen, encontra-se hoje
com FHC para definir a participação pefelista no futuro governo.
Ontem, ele insistiu em que o PFL
não quer o Ministério da Defesa
para o vice-presidente Marco Maciel. Ele espera sair do Alvorada
com ao menos mais um ministério
e uma importante estatal.
Mendonça de Barros alegou
pressões familiares ao negar publicamente a possibilidade de vir a
ocupar o cargo. Ele tem se encarregado, porém, de ajudar FHC na escolha do futuro ministro.
Segundo perfil traçado por FHC
a seus interlocutores, o ministro
do Desenvolvimento terá de ter experiência de mercado, bom trânsito político e, de preferência, ser
paulista. Não terá de ser filiado ao
PSDB, mas tem de contar com a
simpatia dos tucanos.
Deputados federais paulistas diplomados ontem apostavam em
nome com inserção no empresariado local. Embora nenhum tenha
cravado uma aposta, o comentário
era que o empresário Antonio Ermírio de Moraes estaria propenso
a aceitar um convite.
Arnaldo Madeira (PSDB-SP), líder do governo na Câmara, avaliou
como improvável uma indicação
da economista Maria Silvia Bastos
Marques para a pasta.
O presidente da Câmara, Michel
Temer (PMDB-SP), disse que seu
partido está satisfeito com a parte
que lhe caberá. O PMDB deve ficar
com Justiça (Renan Calheiros),
Transportes (Eliseu Padilha) e
com Ovídio de Ângelis no área de
Políticas Regionais.
Os convites para o segundo governo só começarão a ser feitos oficialmente quando todo o ministério estiver montado. Os nomes e
até o formato da Esplanada poderão ser alterados no fim-de-semana. A escolha de FHC deverá ser
anunciada na próxima quarta.
Junto com a indicação dos ministros, FHC deverá definir o comando das estatais e cargos mais graduados nos ministérios.
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Meio ambiente
A atuação do deputado Sarney
Filho (PFL-MA) na área ambientalista é considerada positiva por
parlamentares da comissão de
meio ambiente da Câmara e por
entidades não-governamentais.
Sarney Filho está cotado para assumir a pasta do Meio Ambiente no
segundo mandato de FHC.
"Ele não é um E.T. na área ambientalista", disse o deputado Jaques Wagner (PT-BA), integrante
da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias
da Câmara. Sarney Filho presidiu
essa comissão em 95.
O deputado ambientalista Fábio
Feldmann (PSDB-SP) afirmou que
Sarney Filho contribuiu para a
aprovação de projetos importantes na área do meio ambiente. O
novo ministro deverá fazer parte
da quota do PFL na distribuição
dos cargos entre os partidos de
apoio a FHC. Sarney Filho também
é conhecido de organizações não-governamentais. "É uma pessoa
credenciada para o cargo", disse o
diretor-superintendente da Fundação SOS Mata Atlântica, Mario
Mantovani.
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Colaborou a Reportagem Local
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