São Paulo, terça-feira, 20 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

LEGISLATIVO

Parlamentares reclamam de pauta da primeira semana no Senado

Convocação de R$ 50 mi inicia esvaziada

Bruno Stuckert/Folha Imagem
Espelho reflete plenário do Senado em sessão extraordinária


FERNANDA KRAKOVICS
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A convocação extraordinária do Congresso começou ontem sem a participação dos presidentes do Senado e da Câmara na sessão de abertura dos trabalhos e com a presença, às 18h, de 145 dos 513 deputados. A participação dos senadores foi mais expressiva (metade dos 81), mas oposicionistas e governistas se queixaram da falta de votações no plenário do Senado nesta primeira semana.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), só chega a Brasília depois de quinta-feira, quando será realizada a missa de sétimo dia de sua mãe, que morreu na sexta. O presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), apesar de estar na capital, não compareceu à abertura. Ele chegou na Casa só à tarde.
João Paulo foi contra a convocação por acreditar que não haverá tempo hábil para a votação dos projetos em pauta, sobretudo a "PEC paralela", proposta de emenda constitucional que atenua os efeitos da reforma da Previdência sobre o funcionalismo. A convocação vai até 13 de fevereiro.
A assessoria de imprensa de João Paulo afirmou que ele não foi à sessão de abertura porque a Constituição prevê que a Mesa do Congresso é presidida pelo presidente do Senado e pelo primeiro vice-presidente da Câmara, no caso Inocêncio Oliveira (PFL-PE).
No final do ano passado, porém, em sessão do Congresso para a promulgação das reformas, João Paulo estava presente e discursou.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) criticou a falta de propostas na pauta de votações do Senado nesta primeira semana e propôs a complementação da pauta. O líder do PT, Tião Viana (AC), concordou com a necessidade da pauta complementar.
Pela convocação, os parlamentares recebem dois salários extras, somando R$ 38.160. Segundo a presidência da Câmara, o custo dos trabalhos no recesso será de R$ 50 milhões, somando os vencimentos dos parlamentares, os dos servidores e o custo de funcionamento. Como a convocação terá 20 dias úteis, o gasto será de R$ 2,5 milhões por dia de trabalho.
Um dos vice-líderes do governo, deputado Professor Luizinho (PT-SP), defendeu ontem que a Câmara modifique o artigo da "PEC paralela" que define o teto salarial do funcionalismo público.
Pela reforma, os servidores não podem ganhar mais do que um ministro do STF. Os senadores retiraram, porém, da "PEC paralela" a expressão "vantagens de qualquer natureza", que, até então, estavam incluídas no cálculo dos vencimentos que não podem superar o teto.


Texto Anterior: Orçamento: Em ano de "crescimento", Lula limita gastos dos ministérios
Próximo Texto: Não era importante, diz deputado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.