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Deputado acusa pepebista
da Sucursal de Brasília
O clima de tensão na Câmara
provocou atrito entre parlamentares da base aliada do governo. O
deputado Jair Bolsonaro (PPB-RJ)
acusou o deputado Ricardo Barros
(PPB-PR) de ter tentado comprar
o seu voto. Enquanto o ministro
Waldeck Ornélas (Previdência)
dava entrevista no Salão Verde da
Câmara, Bolsonaro gritava para os
jornalistas. "Tentaram comprar o
meu voto. Tentaram comprar a
minha ausência."
Bolsonaro afirmou que Barros
pediu para que ele se ausentasse da
votação já que havia manifestado a
intenção de votar contra a proposta. A denúncia quase provocou
uma briga entre os dois no gabinete do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).
Os dois foram levados para a sala
do presidente pelo líder do partido, Odelmo Leão (PPB-MG). Bolsonaro disse que não havia falado
em compra, mas em negociação
em torno da votação. Barros confirmou que havia falado com o colega no dia anterior, mas para convidá-lo para um jantar da bancada.
"Se fosse para salvar o país, daria
até a minha cueca, mas não vou
dar dinheiro para agiota internacional", disse Bolsonaro.
O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), perdeu a tranquilidade
quando defendia o adiamento do
projeto sobre união civil entre homossexuais, o chamado casamento gay. Um jornalista iniciou uma
pergunta: "O sr., um deputado de
Serra Talhada..." , mas Inocêncio
interrompeu irritado.
"Sou um deputado de nível nacional. Estou há quatro anos na liderança do partido e fui presidente
da República 64 vezes. Exijo respeito", afirmou o líder. Depois,
Inocêncio reuniu a imprensa para
esclarecer que, na realidade, havia
exercido a Presidência interinamente 12 vezes, por 64 dias.
O projeto que permite a união
entre homossexuais provocou
confusões desde o início da manhã. O deputado evangélico Philemon Rodrigues (PTB-MG) procurou o líder da bancada, Paulo Heslander (MG), e avisou que, se esse
projeto não fosse retirado da pauta, votaria contra a contribuição
previdenciária dos inativos.
Heslander ligou para o líder do
governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), e avisou da rebelião evangélica. Heslander também estava contra a decisão de Temer de colocar o projeto em votação em uma sessão polêmica.
"Isso não é hora de fazer agrado", disse o líder do PTB, referindo-se a uma possível intenção de
Temer de agradar Marta Suplicy
(PT-SP), autora do projeto.
A oposição provocou constrangimento na reunião de líderes ao
propor a retirada das emendas individuais e de bancada ao Orçamento da União, num total de R$
4,3 bilhões, como forma de compensar a rejeição do projeto de
contribuição previdenciária dos
servidores públicos.
O PT distribuiu um estudo mostrando o impacto das novas alíquotas nos salários e nas aposentadorias dos servidores. Um servidor inativo que recebe o benefício
no valor de R$ 6.401, por exemplo,
vai contribuir com R$ 1.301,25 com
a Previdência. Com o desconto de
R$ 1.042,43 do Imposto de Renda,
vai receber líquido o valor de R$
4.057,32. Atualmente, o servidor
desse exemplo recebe R$ 5.000,73
em valor líquido.
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