São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 2000


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OUTRO LADO

Empresários contestam estudo de ONGs

da Agência Folha em São Félix do
Araguaia e Santa Terezinha (MT)

Governo e empresários contestam a avaliação das ONGs, apresentam números e informações diferentes e garantem que a hidrovia Tocantins-Araguaia será um projeto que combinará desenvolvimento regional e preservação do meio ambiente.
"Considero que o estudo deles não é independente porque parte da premissa de condenar o empreendimento", disse Rogério Barzellay, superintendente da Ahitar (Administração da Hidrovia Tocantins-Araguaia).
Para Barzellay, o impacto ambiental da obra não terá a dimensão diagnosticada pelas ONGs. O superintende da Ahitar disse que nos travessões de pedra que cruzam o Araguaia em dois pontos, serão abertos "portões" de 35 metros, em um rio cuja largura média é de 1.700 metros.
A dragagem será realizada em pontos específicos e nunca em trecho superior a cem metros. "Os maiores interessados em preservar o rio somos nós", disse Barzellay.

Custo

Roberto Zaidan, gerente do Corredor de Transportes Araguaia-Tocantins, do Ministério dos Transportes, afirma que "não tem fundamento nenhum" trocar o transporte hidroviário pelo ferroviário como alternativa de custo.
"Pela Norte-Sul, tem de se fazer grande parte do transporte por rodovia até chegar à ferrovia. Outra alternativa que eles apontam, a Ferronorte, também é muito distante. Você tem de viajar 600, 700 km de caminhão. Isso onera bastante o custo", declarou. Segundo ele, em todo o mundo o preço do frete hidroviário é pelo menos a metade do ferroviário e 30% do rodoviário.
Para o prefeito de Santa Terezinha (MT), Cleomenes Costa (PFL), as ONGs estão a serviço de grupos econômicos internacionais que não querem a soja brasileira disputando o mercado externo com preços competitivos.

Parceira internacional
A Codeara (Companhia de Desenvolvimento do Araguaia), produtora de borracha e gado de corte em Santa Terezinha e uma das principais empresas da região, aguarda a hidrovia para firmar parceria com Blairo Maggi, considerado o maior produtor de soja do mundo.
"Ele detém a tecnologia de plantio e nós temos a terra. Mas a hidrovia precisa estar funcionando para desenvolvermos um projeto grande", disse o administrador Marco Antonio Arantes.

Resposta às ONGs
Uma resposta ao documento das ONGs deverá vir em 20 dias, em um fórum a ser promovido em São Paulo e Rio pelo Comitê Pró-Hidrovia, segundo o presidente do órgão, Adalberto Tokarski. O comitê é integrado por governos estaduais, prefeituras, câmaras e empresas dos setores agrícola e de navegação.



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