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CASO SUDAM
Para TRF, não havia razão jurídica que justificasse ação na Lunus
R$ 1,34 mi apreendido pela PF será devolvido a Roseana
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região autorizou ontem
a devolução do R$ 1,34 milhão e
dos documentos recolhidos pela
Polícia Federal na sede da empresa Lunus, da senadora Roseana
Sarney (PFL-MA) e de seu marido, Jorge Murad, em operação de
busca e apreensão realizada em 1º
de março de 2002, quando ela era
pré-candidata à Presidência da
República.
A apreensão, com a imagem do
dinheiro em notas de R$ 50, derrubou a candidatura Roseana. À
época, a pefelista acusou o PSDB
de armar a batida -fato negado
pelos tucanos. A origem e destino
do dinheiro também foram objetos de polêmica. Após várias versões, Murad disse que se tratava
de verba para o caixa da campanha presidencial da mulher.
A 2ª Seção do TRF, por 3 votos
contra 2, concedeu mandado de
segurança movido pelo advogado
Antônio Carlos de Almeida Castro em favor da Lunus. A maioria
dos desembargadores federais
que participaram do julgamento
invalidou a busca porque considerou que não havia razões jurídicas suficientes para realizá-la.
Almeida Castro argumentou
perante o tribunal que a operação
teria sido arbitrária e ilegal e que o
Ministério Público Federal teria
induzido a erro a Justiça Federal
no Tocantins.
A apreensão foi ordenada pela
2ª Vara Federal naquele Estado
em investigação sobre desvio de
recursos da extinta Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia).
Segundo Almeida Castro, o Ministério Público Federal argumentou que havia ligações entre a
Lunus e a Nova Holanda, empresa supostamente envolvida nos
desvios. "Ficou comprovado a ausência de ligação."
O procurador da República no
Tocantins Mário Lúcio Avelar,
autor do pedido de busca e
apreensão, negou a falta de provas dessa ligação. "Temos indícios de que a Lunus tinha o controle da Nova Holanda."
Entretanto Avelar afirmou que
a decisão do TRF irá prejudicar a
investigação de duas formas: impedir a identificação da origem do
dinheiro apreendido e dificultar a
obtenção de provas sobre a ligação entre a Lunus e a Nova Holanda. O Ministério Público Federal
pode recorrer da decisão ao STJ
(Superior Tribunal de Justiça),
mas Avelar disse que essa possibilidade ainda está sendo analisada.
Desde 2 de março de 2002, o dia
seguinte à apreensão, os documentos estão lacrados por causa
de uma liminar que foi concedida
pelo então presidente do TRF,
Fernando Tourinho Neto. O dinheiro ficou retido na Caixa Econômica Federal.
No primeiro momento, a documentação foi enviada ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) porque, na condição de governadora,
Roseana só poderia ser investigada criminalmente nesse foro.
Após ela renunciar ao governo
para concorrer ao Senado, em
abril, o STJ ordenou o envio dos
documentos à 2ª Vara Federal do
Tocantins, de onde havia partido
a ordem judicial.
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