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BAHIAGATE
Para senador pefelista, Juvêncio da Fonseca (PMDB) não tem isenção para julgá-lo por ser seu "inimigo pessoal"
Presidente do Conselho de Ética foi "faccioso", diz ACM
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) acusou ontem
o peemedebista Juvêncio da Fonseca (MS) de ter sido ""faccioso"
na presidência da reunião do
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da terça-feira, que aprovou o início da investigação de
sua suposta participação nos
grampos telefônicos da Bahia.
Pondo fim ao silêncio ao qual se
impôs desde que reassumiu suas
atividades no Senado, no dia 12,
após duas semanas de recolhimento na Bahia, ACM afirmou
também que Fonseca e outros
dois integrantes do conselho
-Heloísa Helena (PT-AC) e Ramez Tebet (PMDB-MS)- não
têm isenção para julgá-lo porque
são seus "inimigos pessoais".
ACM disse que, "de certa forma", esperava a aprovação da sindicância. Para ele, a reunião do
conselho transcorreu dentro da
"normalidade", exceto pelo comportamento de Fonseca.
"Foi faccioso. Nunca se viu uma
condução desse tipo", afirmou,
referindo-se ao fato de Fonseca
ter defendido a imediata abertura
da sindicância e interrompido a
argumentação de Romeu Tuma
(PFL-SP) a favor de que o conselho aguardasse a conclusão do inquérito da Polícia Federal.
Apesar das críticas, ACM não
pretende pedir o afastamento dos
três do Conselho de Ética. Segundo ele, "esse é um problema de foro íntimo e uma questão partidária". Fonseca, Heloísa e Tebet,
procuraram evitar confronto com
ACM. "A decisão [de abrir a sindicância] foi coletiva. Não foi minha. Estou tranquilo. Não quero
nem comentar", disse Fonseca.
"Esse assunto, discuto no Conselho de Ética", disse Heloísa. Mas
perguntou: ""E os [integrantes do
conselho] que são amigos dele?
Têm isenção para julgar?". O mais
próximo de ACM no conselho é
Rodolpho Tourinho (PFL-BA),
membro do seu grupo político.
Tebet disse não querer entrar em
"polêmica pessoal" com ACM.
O conselho decidirá hoje o cronograma dos trabalhos e a ordem
de convocação das testemunhas
do caso. O relator, Geraldo Mesquita Júnior (PSB-SC), disse considerar 30 dias um prazo suficiente para a conclusão da apuração.
Há articulação entre governistas
e oposicionistas para que o conselho convoque o delegado da Polícia Federal Gesival Gomes de
Souza, responsável pelo inquérito
sobre os grampos, e aguarde a
conclusão da investigação policial
antes de prosseguir com o caso.
Ontem a PF indiciou por falsificação de documento público e escuta ilegal o policial civil Edmilson Bispo dos Santos. Outros três
já foram indiciados pelos mesmos
crimes -o delegado especial Valdir Barbosa, seu assessor Alan Farias e o policial Alberto Fernandes. De março a setembro do ano
passado, por determinação da Secretaria da Segurança Pública da
Bahia, 133 números telefônicos
foram grampeados no Estado.
Todos os pedidos foram encaminhados à Justiça por Barbosa.
Colaborou LUIZ FRANCISCO, da Agência Folha em Salvador
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