São Paulo, sábado, 20 de março de 2004

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INTELIGÊNCIA

Órgão diz que mantém relação de reciprocidade

Abin nega ingerência dos EUA após FBI dizer que agência "se prostitui"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) negou ontem, em comunicado, que haja ingerência de autoridades dos EUA nos serviços de segurança e inteligência do Brasil. Há, segundo o órgão, "ligações com mais de 30 serviços congêneres de países amigos".
"A Abin mantém ligações com mais de 30 serviços congêneres de países amigos. Semelhante relacionamento impõe-se, no mundo globalizado de hoje, por ser absolutamente indispensável à necessidade de proporcionar melhor assessoramento", diz o texto. Segundo a Abin, há um "intercâmbio" constante com os serviços de outros países, "em bases de absoluta igualdade e reciprocidade".
A nota da Abin foi uma resposta à última edição da revista "Carta Capital". Nela, Carlos Costa, chefe do FBI (polícia federal norte-americana) no Brasil até outubro do ano passado, diz que a "Abin se expõe, ela se prostitui", por não dispor de dinheiro para evoluir.
"Quando um serviço de inteligência se torna pedinte ante estrangeiros, se expõe, deixa de ser secreto. Corre imensos riscos. A Abin, como a Polícia Federal, pede equipamentos, recursos, treinamento a vários países, e não apenas aos Estados Unidos."
Um dos "riscos" citado por Costa seria a "clonagem" de equipamentos recebidos.
Na entrevista, Costa sugere que agentes secretos dos EUA tenham grampeado telefones dos palácios do Planalto e do Alvorada. Questionado se havia tais grampos, disse: "Não confirmo nem desminto, ponto final".
A assessoria de imprensa da Polícia Federal informou ontem que não iria se manifestar.


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