São Paulo, sexta, 20 de março de 1998

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PELO PAÍS
Dissidentes do MST criam novo movimento
Sem-terra invadem pátio da Eletrosul

da Agência Folha

Cerca de 600 manifestantes organizados pelo MST invadiram, às 7h de ontem, o pátio da sede administrativa da Eletrosul (Centrais Elétricas do Sul do Brasil) em Florianópolis. Houve um pequeno tumulto e um policial ficou ferido na cabeça.
A Tropa de choque da PM foi chamada, mas não houve confronto. Os manifestantes -sem-terra, militantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e do Movimento dos Atingidos por Barragens- não invadiram o prédio e deixaram o local, por volta de 12h, sem conseguir falar com a diretoria da empresa.
Cerca de 3.000 trabalhadores rurais sem terra acampados à beira da rodovia BR-163 (cerca de 380 km de Campo Grande, MS), ficaram ontem de joelhos por três horas em protesto contra o pacote de medidas "antiinvasão" de terras anunciado anteontem pelo governo federal. Não houve bloqueio da rodovia.
Novo movimento
Sete grupos de trabalhadores rurais sem terra dissidentes do MST criaram ontem, no Pontal do Paranapanema (extremo oeste de São Paulo), o Mast (Movimento Nacional dos Agricultores Sem Terra).
O Mast foi organizado pela Social Democracia Sindical, que tem sede em São Paulo. O movimento deve ocupar um espaço político à direita do MST.
Juntos, segundo seus dirigentes, esses grupos controlam cerca de 4.800 famílias, de 30 assentamentos e sete acampamentos na região do Pontal. O presidente da Central Sindical, Enilson Simões de Moura, acusa o MST de "usar a violência e coerção com fins políticos". "Vamos trabalhar com assentados, que não dão repercussão e, por isso, foram esquecidos pelo MST".
O líder do MST José Rainha Jr., 37, ironizou o novo concorrente. "Esse movimento já tem nome, é MSF. Eles vão ser o "movimento sem futuro', que acaba logo".



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