|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
REELEIÇÃO
Sergio Amaral admite que "imagem do governo ficou arranhada" com gravações sobre a compra de votos
FHC não vai impedir CPI, diz porta-voz
da Sucursal de Brasília
O porta-voz da
Presidência da
República, Sergio Amaral, disse ontem que o
governo não fez
nem vai fazer
nada para impedir a formação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)
que investigue a compra de votos
favoráveis à reeleição.
Mas, segundo Amaral, a CPI não
é necessária. Ele afirmou que a comissão de sindicância instalada
pela Câmara é o "foro adequado"
para investigar as denúncias.
Deputados do Acre, em conversas gravadas publicadas pela Folha
na semana passada, afirmaram
que venderam seus votos a favor
da reeleição. O deputado João
Maia (sem partido-AC) disse que o
ministro Sérgio Motta (Comunicações) participava do esquema.
De acordo com o porta-voz, o
governo "não tem nada a esconder" e deseja que os corruptores
sejam investigados.
Segundo ele, a comissão de sindicância é para investigar os deputados "num processo de corrupção que tem de também ter a investigação dos corruptores. É preciso
esperar o resultado da comissão e
não se prejulgar".
"Uma CPI pode criar uma grande concentração do foco da atividade parlamentar na própria
CPI", completou o porta-voz.
Ele reafirmou que cabe à Câmara
apurar o caso e disse que um dos
problemas da denúncia é o fato de
ser uma acusação anônima.
Popularidade
O porta-voz considerou "lamentável" a possibilidade de queda da popularidade do governo
com o episódio.
"A imagem do governo, é verdade, ficou arranhada, como ficou
no caso do Sivam (Sistema Integrado de Vigilância da Amazônia)
e do Proer (programa de ajuda aos
bancos), e em ambos os casos se
mostrou que não havia fundamentos para isso", disse Amaral.
Segundo ele, as afirmações feitas
pelos deputados do Acre, em conversas gravadas, envolvendo Sérgio Motta e o secretário-executivo
do Ministério dos Transportes, José Luiz Portella, no esquema, não
têm fundamento.
"O governo não se move por
imagem nem por popularidade,
mas por suas convicções", afirmou Sergio Amaral.
Pronunciamento
Sobre a hipótese de um pronunciamento oficial do presidente
Fernando Henrique Cardoso sobre o caso, Amaral disse que há
mais de um mês FHC estuda falar
em cadeia nacional sobre as reformas.
O porta-voz afirmou que não está decidido quando será o pronunciamento do presidente.
(AUGUSTO
GAZIR)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|