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POLÍTICA EXTERNA
Divulgação é feita a 2 dias da viagem de Lula ao país asiático, considerada a mais importante de sua gestão
Governo anuncia contratos Brasil-China
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A dois dias da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à
China, considerada a mais importante deste governo, o Itamaraty
anunciou ontem nove contratos
entre empresas privadas que serão assinados durante a passagem
do presidente pelo país asiático.
Os contratos vão desde a formação de joint venture para fabricação de bicicletas até a associação
da Petrobras com sua congênere
chinesa para exploração de petróleo em diversos países, principalmente no Equador e no Irã.
Os chefes do Departamento de
Ásia e Oceania, Edmundo Fujita,
e da Divisão de Operações de Promoção Comercial do Itamaraty,
Rodrigo de Azevedo Santos, disseram também que o presidente
vai defender a soja brasileira.
Na semana passada, o governo
chinês barrou carregamentos de
soja de quatro empresas brasileiras nos quais foi constatada a presença de agrotóxicos em sementes misturadas aos grãos. Fujita
afirmou que, durante a visita de
Lula, o governo brasileiro deixará
claro que se trata de um caso isolado e dirá que tomou medidas
para que o incidente não se repita.
A China é hoje um dos principais mercados da soja brasileira.
Em 2003, foram exportadas cerca
de 6,5 milhões de toneladas desse
grão (por US$ 1,3 bilhão) e 500 mil
toneladas de óleo de soja (US$
256,4 milhões ). De janeiro a março deste ano, a exportação da soja
em grão para o país asiático cresceu em mais de 100%, atingindo o
valor de US$ 148 milhões.
O propalado desaquecimento
da economia chinesa, de acordo
com Fujita, não afeta a relação
corrente entre os dois países, pelo
menos a curto prazo. Segundo ele,
é provável que haja alguma redução da atividade econômica, mas
não se prevê um cenário catastrófico. "Que m está preocupado é
quem joga em áreas voláteis. O
que buscamos é um relacionamento estável, confiável e sadio,
feito com calma e planejamento."
Ao todo, 574 representantes de
340 empresas se inscreveram para
acompanhar o presidente na visita à China. Até ontem, 330 haviam
confirmado a participação. O Itamaraty calcula que o número final
fique em torno de 400. Trata-se da
maior missão empresarial já organizada pelo governo brasileiro.
Os empresários fretaram um
avião e pagarão suas despesas.
Além deles, estão confirmados
até agora na comitiva presidencial
sete ministros e cinco governadores, os de MG, SP, BA, ES e PI.
No ano passado, a China virou o
terceiro maior mercado para o
Brasil. O comércio bilateral tem
apresentado crescimento, passando de US$ 1,5 bilhão em 2000
para US$ 6,7 bilhões em 2003.
A gestão Lula também busca
atrair a China para o grupo de países em desenvolvimento formado
por Brasil, Índia e África do Sul.
No mês passado, o governo brasileiro apoiou os chineses na Comissão de Direitos Humanos da
ONU, evitando resolução que criticasse a situação no país asiático.
Contratos
Entre os contratos anunciados
ontem, está um memorando de
entendimentos entre a Telemar
Norte Leste e a China Telecom no
qual se comprometem a buscar
acordo de serviços de telecomunicações para o provimento de serviços de voz, dados e internet.
Há ainda acordo de parceria entre a Varig e a Air China para operações regulares entre o Brasil e a
China, com quatro vôos semanais; memorando de entendimento entre a Brasilinvest e o Citic Group, para fornecimento de
consultoria à empresa chinesa; e
acordos entre a Companhia Siderúrgica do Pará e a China Minmetals para compra de equipamentos e tecnologia no valor de US$
40 milhões e exportação de produtos para o país asiático no valor
de US$ 250 milhões, entre outros.
A área de interesse mais citada
pelos empresários inscritos para a
visita foi agricultura/pesca/pecuária (9%), seguida de tecnologia de
comunicação e informação (7%).
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