São Paulo, domingo, 20 de maio de 2007

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Construtora e banco doaram R$ 4,6 mi ao PSDB paulista

Sigla obteve R$ 13 mi de empresas, incluindo Camargo Corrêa e Santander, em 2006

Cerca de 40% foi revertido para campanha de Serra; PT paulista recebeu R$ 5 mi de empresas e banco foi maior doador, com R$ 760 mil

DA REPORTAGEM LOCAL

A construtora Camargo Corrêa e o banco Santander Banespa, com R$ 4,6 milhões ao todo, foram os principais doadores do diretório regional do PSDB de São Paulo nas últimas eleições. A sigla paulista recebeu, no total, R$ 13 milhões em doações de empresas.
Parte dos recursos, R$ 5,15 milhões (40%), foi revertida para a campanha eleitoral de 2006 que elegeu o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o que representou 19,5% do total gasto pelo tucano na campanha.
A candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) à Presidência recebeu R$ 2,82 milhões em doações recebidas pelo partido e redistribuídas aos partidos. Outro grande doador do PSDB foi a empresa Interavia Táxi Aéreo, com R$ 800 mil.
Esse tipo de doação é chamado de oculto porque os nomes das empresas doadoras não aparecem na prestação de contas das campanhas dos candidatos, entregues no ano da eleição à Justiça Eleitoral e tornadas públicas no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na internet. A identidade desses doadores só é revelada nas prestações de conta próprias dos partidos políticos, que são apresentadas à Justiça Eleitoral até o último dia de março do ano seguinte e não estão disponíveis na internet.
O diretório regional do PT de São Paulo obteve R$ 5 milhões de empresas no ano passado e repassou R$ 6,3 milhões para campanhas diversas. O maior doador foi o banco Santander Banespa, com R$ 760 mil, também um dos principais colaboradores da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República.
Já o segundo maior doador do PT paulista, com R$ 700 mil, foi o banco BGN, que faz parte do grupo da empreiteira Queiroz Galvão.
Do total obtido nas empresas pelo PT, R$ 1,3 milhão foram para a campanha derrotada ao governo paulista do senador Aloizio Mercandante e R$ 630 mil para a campanha do deputado federal reeleito João Paulo Cunha (PT-SP).
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) doou R$ 100 mil ao diretório petista. No mesmo dia, a campanha do deputado federal José Genoino (PT-SP) recebeu R$ 80 mil do diretório petista. Em entrevista à Folha, Genoino negou saber que a origem tenha sido a CBF. "O PT disse que iria me ajudar na campanha, mas eu não sei a origem primeira dos recursos", disse Genoino.
O diretório regional do PMDB de São Paulo obteve R$ 2,3 milhões e destinou R$ 1,1 milhão para a campanha do ex-governador Orestes Quércia, derrotado ao governo do Estado, e R$ 350 mil para o deputado federal Delfim Neto.
(RUBENS VALENTE)


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