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PF investiga servidores do TCE em Minas
Inquérito apura suspeita de desvio de R$ 200 milhões bloqueados do Fundo de Participação de Municípios
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Funcionários do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de
Minas Gerais, inclusive um ex-assessor da presidência do órgão, estão sob investigação da
Polícia Federal em inquérito
que apura suspeita de desvios
de recursos do FPM (Fundo de
Participação de Municípios).
Na semana passada, na mesma operação que prendeu o ex-prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani (PTB), que renunciou
ao cargo na segunda-feira, um
auditor do TCE foi detido.
A PF também prendeu o ex-assessor da presidência, que
era de uma empresa terceirizada, entretanto já não estaria
mais trabalhando no tribunal
ao ser detido.
Na semana passada, um funcionário do setor de pessoal do
TCE foi ouvido pela PF como
testemunha. Um assessor do
gabinete do conselheiro-presidente, Elmo Braz, também deve ser ouvido como testemunha nos próximos dias.
O próprio Braz pode ser chamado para prestar esclarecimentos, dependendo do rumo
das investigações.
As investigações correm em
segredo de Justiça. A Folha
apurou, contudo, que a PF suspeita que mais pessoas da direção do TCE possam ter sido coniventes com a concessão de
certidões negativas de pendências no órgão para prefeituras
inadimplentes.
A PF analisa ainda decisões
do TCE que podem ter facilitado a contratação sem licitação,
por prefeituras investigadas,
do Grupo SIM - Instituto de
Gestão Fiscal, para prestação
de serviços específicos aos municípios. Os donos dessa empresa também foram detidos
na Operação Pasárgada, que já
prendeu cerca de 60 pessoas
desde abril.
O auditor do órgão preso na
semana passada, Edson Arger,
conforme suspeita da PF, seria
o elo entre o TCE e o Grupo
SIM. A polícia investiga agora
com quem o auditor se relacionava dentro do órgão para que
municípios que tinham contratos com o Grupo SIM fossem
supostamente beneficiados pelo esquema.
Cássio Dehon Fonseca, o ex-assessor da presidência preso
pela PF, teria ligações com
Paulo de Sá Cruz, suspeito de
ser o principal lobista do esquema, a pessoa responsável
pelos contatos com as prefeituras e com servidores da Justiça.
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