São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 2008

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PF investiga servidores do TCE em Minas

Inquérito apura suspeita de desvio de R$ 200 milhões bloqueados do Fundo de Participação de Municípios

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Funcionários do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de Minas Gerais, inclusive um ex-assessor da presidência do órgão, estão sob investigação da Polícia Federal em inquérito que apura suspeita de desvios de recursos do FPM (Fundo de Participação de Municípios).
Na semana passada, na mesma operação que prendeu o ex-prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani (PTB), que renunciou ao cargo na segunda-feira, um auditor do TCE foi detido.
A PF também prendeu o ex-assessor da presidência, que era de uma empresa terceirizada, entretanto já não estaria mais trabalhando no tribunal ao ser detido.
Na semana passada, um funcionário do setor de pessoal do TCE foi ouvido pela PF como testemunha. Um assessor do gabinete do conselheiro-presidente, Elmo Braz, também deve ser ouvido como testemunha nos próximos dias.
O próprio Braz pode ser chamado para prestar esclarecimentos, dependendo do rumo das investigações.
As investigações correm em segredo de Justiça. A Folha apurou, contudo, que a PF suspeita que mais pessoas da direção do TCE possam ter sido coniventes com a concessão de certidões negativas de pendências no órgão para prefeituras inadimplentes.
A PF analisa ainda decisões do TCE que podem ter facilitado a contratação sem licitação, por prefeituras investigadas, do Grupo SIM - Instituto de Gestão Fiscal, para prestação de serviços específicos aos municípios. Os donos dessa empresa também foram detidos na Operação Pasárgada, que já prendeu cerca de 60 pessoas desde abril.
O auditor do órgão preso na semana passada, Edson Arger, conforme suspeita da PF, seria o elo entre o TCE e o Grupo SIM. A polícia investiga agora com quem o auditor se relacionava dentro do órgão para que municípios que tinham contratos com o Grupo SIM fossem supostamente beneficiados pelo esquema.
Cássio Dehon Fonseca, o ex-assessor da presidência preso pela PF, teria ligações com Paulo de Sá Cruz, suspeito de ser o principal lobista do esquema, a pessoa responsável pelos contatos com as prefeituras e com servidores da Justiça.


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