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Com recesso, caso Renan fica só nas mãos da PF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com o recesso parlamentar,
a direção do Conselho de Ética
do Senado empurrou o processo contra o presidente da Casa,
Renan Calheiros (PMDB-AL),
para a Polícia Federal, que ainda não começou a perícia solicitada por falta de documentos.
O órgão deve levar cerca de 20
dias para concluir o trabalho.
O presidente do Senado entregou ao conselho parte dos
papéis que faltavam na última
terça-feira e enviou o restante
na noite de ontem. A Mesa Diretora mandou ontem mesmo
o material recebido para o Ministério da Justiça.
O presidente do conselho, senador Leomar Quintanilha
(PMDB-TO), e os relatores do
caso viajaram e não estão
acompanhando os procedimentos. Quintanilha afirmou
que despachou os documentos
para a Mesa sem conferir se estavam completos.
"Ficaram faltando uns documentos bancários", disse, sem
detalhar, o senador Renato Casagrande (PSB-ES), que é um
dos relatores e está em seu Estado. A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) também está
fora de Brasília, e Almeida Lima (PMDB-SE), aliado de Renan, é contra as investigações.
Casagrande negou que os trabalhos do conselho estejam parados. Ele disse que aproveitará
o recesso para ouvir CDs gravados por Mônica Veloso com
conversas entre ela, Renan e o
lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior.
O presidente do Senado é
suspeito de ter despesas pagas
por Gontijo. O lobista entregava R$ 12 mil mensais de pensão
para Mônica, com quem Renan
tem uma filha. Para provar que
tinha dinheiro suficiente, o
peemedebista declarou ganhos
de R$ 1,9 milhão com gado nos
últimos quatro anos.
Renan apresentou voluntariamente ao conselho notas fiscais e GTAs (Guias de Trânsito
Animal) para comprovar as
operações de venda de gado,
mas laudo preliminar da PF
apontou inconsistências nos
documentos.
Para concluir o trabalho, a PF
solicitou o livro-caixa das propriedades rurais de Renan, notas fiscais de 2004, GTAs que
faltaram, talonários das notas
fiscais apresentadas, ficha cadastral do rebanho de 2003 a
2006 e canhotos de recebimento do gado pelos compradores
descritos nas notas fiscais.
Dois consultores do Senado
estão em Alagoas solicitando às
secretarias de Agricultura e Fazenda documentos complementares. Esse material não
deve chegar a Brasília até a próxima terça-feira. Tanto Renan
quanto esses órgãos públicos
não são obrigados a colaborar.
(FERNANDA KRAKOVICS)
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