São Paulo, segunda-feira, 20 de julho de 2009

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Aliados de Lula recebem mais verbas em São Paulo

Cidades de pré-candidatos ao governo, Campinas e Osasco podem ser vitrine para Dilma

A maior parte dos repasses para as administrações de Dr. Hélio (PDT) e do petista Emidio de Souza são para programas na área social

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois prefeitos pré-candidatos ao Palácio dos Bandeirantes com o apoio do Planalto foram os que mais receberam verbas voluntárias da União neste ano no Estado, conforme revela levantamento feito pela Folha, levando-se em conta a população das cidades paulistas.
As cidades administradas por eles, Campinas e Osasco, duas das mais populosas de São Paulo, são estrategicamente apontadas pelo PT como potenciais palanques da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do partido à Presidência, dentro do território do tucano José Serra, governador do Estado e também lembrado para a sucessão de Lula.
Campinas, de Doutor Hélio dos Santos (PDT) com um vice do PT, e Osasco, do petista Emidio de Souza, ocupam, respectivamente, o primeiro e o segundo lugares no ranking per capita da distribuição de verbas não obrigatórias de janeiro a 19 de junho deste ano.
Dr. Hélio é uma das opções do PT para liderar uma coligação antitucanos na eleição do governo paulista. Emidio já anunciou sua disposição de disputar a sucessão de Serra.
Juntas, as cidades receberam R$ 154 milhões do dinheiro que o governo federal repassa diretamente, mais de um terço do total recebido pela capital paulista -R$ 564 milhões. Em termos populacionais, no entanto, Campinas e Osasco têm 1,7 milhão de habitantes, contra 11 milhões de São Paulo.
Campinas ganhou R$ 98 milhões -R$ 93 per capita. Osasco recebeu R$ 79 para cada cidadão - R$ 56 milhões no geral, 27% a mais do que os R$ 44,2 milhões do ano passado.
Ambos os municípios possuem IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano no Município) muito semelhante ao de São Paulo, capital administrada pelo DEM, oposição a Lula -0,852 Campinas; 0,818 Osasco; 0,841 a capital paulista. O índice é apontado pela União como diferencial para a escolha das cidades contempladas.
A maior parte das verbas para as administrações aliadas a Lula são de alta capilaridade eleitoral: programas na área social e de urbanização de favelas, como parte do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), carro-chefe da pré-candidatura da ministra Dilma.
Do total recebido por Osasco, R$ 17 milhões foram para "urbanização, regularização e integração de assentamentos precários". Em Campinas, esse valor soma R$ 14 milhões.
O Planalto e as administrações negam favorecimento nas verbas (veja texto).
Entre os sete municípios que mais receberam estão outros dois administrados pelo PT e localizados na Grande São Paulo, São Bernardo do Campo, 4º lugar, e Guarulhos, 6º, mostra o levantamento feito pela Folha com auxílio da ONG Contas Abertas e baseado no Siafi (sistema de acompanhamento dos gastos públicos).
Nas eleições do ano passado, eles integravam o "cinturão vermelho", montado como estratégia para "sufocar" a administração de Kassab e servir de contraponto à gestão Serra.
Em São Bernardo do Campo, onde nasceu o PT, Luiz Marinho, interlocutor próximo de Lula, já recebeu R$ 50,5 milhões da União, R$ 12 milhões a mais do que seu antecessor, William Dib (PSB), no mesmo período de 2008. Guarulhos ganhou neste ano R$ 63,2 milhões contra R$ 41 milhões do primeiro semestre de 2008.


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