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Aliados de Lula recebem mais verbas em São Paulo
Cidades de pré-candidatos ao governo, Campinas e Osasco podem ser vitrine para Dilma
A maior parte dos repasses para as administrações de Dr. Hélio (PDT) e do petista Emidio de Souza são para programas na área social
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois prefeitos pré-candidatos ao Palácio dos Bandeirantes
com o apoio do Planalto foram
os que mais receberam verbas
voluntárias da União neste ano
no Estado, conforme revela levantamento feito pela Folha,
levando-se em conta a população das cidades paulistas.
As cidades administradas
por eles, Campinas e Osasco,
duas das mais populosas de São
Paulo, são estrategicamente
apontadas pelo PT como potenciais palanques da ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil),
pré-candidata do partido à Presidência, dentro do território
do tucano José Serra, governador do Estado e também lembrado para a sucessão de Lula.
Campinas, de Doutor Hélio
dos Santos (PDT) com um vice
do PT, e Osasco, do petista
Emidio de Souza, ocupam, respectivamente, o primeiro e o
segundo lugares no ranking per
capita da distribuição de verbas
não obrigatórias de janeiro a 19
de junho deste ano.
Dr. Hélio é uma das opções
do PT para liderar uma coligação antitucanos na eleição do
governo paulista. Emidio já
anunciou sua disposição de
disputar a sucessão de Serra.
Juntas, as cidades receberam
R$ 154 milhões do dinheiro
que o governo federal repassa
diretamente, mais de um terço
do total recebido pela capital
paulista -R$ 564 milhões. Em
termos populacionais, no entanto, Campinas e Osasco têm
1,7 milhão de habitantes, contra 11 milhões de São Paulo.
Campinas ganhou R$ 98 milhões -R$ 93 per capita. Osasco recebeu R$ 79 para cada cidadão - R$ 56 milhões no geral, 27% a mais do que os R$
44,2 milhões do ano passado.
Ambos os municípios possuem IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano no Município) muito semelhante ao de
São Paulo, capital administrada pelo DEM, oposição a Lula
-0,852 Campinas; 0,818 Osasco; 0,841 a capital paulista. O
índice é apontado pela União
como diferencial para a escolha
das cidades contempladas.
A maior parte das verbas para as administrações aliadas a
Lula são de alta capilaridade
eleitoral: programas na área
social e de urbanização de favelas, como parte do PAC (Plano
de Aceleração do Crescimento), carro-chefe da pré-candidatura da ministra Dilma.
Do total recebido por Osasco, R$ 17 milhões foram para
"urbanização, regularização e
integração de assentamentos
precários". Em Campinas, esse
valor soma R$ 14 milhões.
O Planalto e as administrações negam favorecimento nas
verbas (veja texto).
Entre os sete municípios que
mais receberam estão outros
dois administrados pelo PT e
localizados na Grande São Paulo, São Bernardo do Campo, 4º
lugar, e Guarulhos, 6º, mostra o
levantamento feito pela Folha
com auxílio da ONG Contas
Abertas e baseado no Siafi (sistema de acompanhamento dos
gastos públicos).
Nas eleições do ano passado,
eles integravam o "cinturão
vermelho", montado como estratégia para "sufocar" a administração de Kassab e servir de
contraponto à gestão Serra.
Em São Bernardo do Campo,
onde nasceu o PT, Luiz Marinho, interlocutor próximo de
Lula, já recebeu R$ 50,5 milhões da União, R$ 12 milhões a
mais do que seu antecessor,
William Dib (PSB), no mesmo
período de 2008. Guarulhos
ganhou neste ano R$ 63,2 milhões contra R$ 41 milhões do
primeiro semestre de 2008.
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