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ARAGUAIA
Comissão quer ouvir sargento sobre enterros
DO ENVIADO A MARABÁ (PA)
A comissão que busca
ossadas de desaparecidos
da guerrilha do Araguaia
pediu anteontem ao Ministério da Defesa a convocação do sargento João
Santa Cruz Sacramento
para prestar esclarecimentos.
Um dos mais atuantes
militares na perseguição
aos guerrilheiros, Santa
Cruz aceitou mostrar onde ocorreram sepultamentos clandestinos.
A comissão ouviu anteontem depoimento do
lavrador Félix Francisco
Teixeira, o Dotozinho, que
afirmou ter enterrado a
cabeça do guerrilheiro
Arildo Valadão, o Ari, morto em 1973. Ele contou que
estava preso na antiga base militar de Xambioá
(TO), quando, certo dia,
um militar lhe mostrou a
cabeça de Ari.
O guerrilheiro havia sido morto dias antes a
mando dos militares. Dotozinho reconheceu Ari,
com quem mantinha, segundo disse, relações de
amizade. A seguir, o militar ordenou que ele abrisse um buraco no mato e
enterrasse a cabeça.
Passados 36 anos, Dotozinho disse não ter mais
condições de indicar o
ponto do enterro. Afirmou
que outros dois camponeses estavam presentes:
Euclides Pereira, o Beca, e
José Maria. Ambos deverão ser procurados.
Estudante de física, Ari
era casado com Áurea Pereira Valadão, também desaparecida no Araguaia.
Tinha 24 anos quando
morto.
(SERGIO TORRES)
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