São Paulo, quinta-feira, 20 de setembro de 2007

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Renan vai ao Planalto e perde outra no Senado

VALDO CRUZ
SILVIO NAVARRO
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após se reunir pela primeira vez com o presidente Lula desde que foi absolvido, o senador Renan Calheiros desafiou ontem, da cadeira da presidência da Senado, oposição e parlamentares que cobram sua saída do cargo: "Ninguém vai levar no grito".
A posição de enfrentamento não surtiu efeito. Ele foi derrotado pela segunda vez consecutiva pela obstrução da oposição, que impediu a votação do novo diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infra-estrutura Terrestre) Luiz Antonio Pagot.
Apesar da mobilização do governo, articulada enquanto Renan estava no Planalto, faltaram quatro senadores para atingir o mínimo necessário para votar a indicação de Pagot -41. A oposição se recusa a dar seqüência às votações enquanto Renan permanecer no cargo.
Ao final da sessão, Renan rechaçou que a paralisia nos trabalhos por causa dele. "Não há obstrução contra ninguém, mas em função de uma pauta."
O discurso duro feito minutos antes, enquanto presidia a sessão, marcou uma oscilação no humor do senador, que retornou do encontro com o presidente, no Planalto, sorridente e dizendo a amigos que a conversa "foi boa". A reunião durou 30 minutos, na versão de renanzistas. No Planalto, o encontro era confirmado, mas teria durado 20 minutos.
A conversa, conforme relatos de aliados do peemedebista, teria tratado de "assuntos institucionais", ou seja, a agenda de votações de interesse do governo no Congresso até o fim do ano. No topo da lista de prioridades está a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prorroga a CPMF até 2011. A previsão de arrecadação do imposto para 2008 é de R$ 40 bilhões.
Renan foi surpreendido ao chegar ao plenário, por volta das 18h30, por cobranças para que ganhasse prioridade na pauta a emenda à Constituição que impõe o voto aberto.
Renan enfrenta outros dois processos de cassação. Hoje, a Mesa Diretora se reúne e deve determinar a abertura de um quarto. Renan foi ao Planalto a convite de Lula para participar de solenidade da semana de paz no trânsito.


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