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Tarso vai a Mônaco no sábado pedir a extradição de Cacciola
Para governo, autoridades do principado querem ter detalhes sobre caso de ex-banqueiro
Ministro vai levar apenas trechos do pedido formal de
extradição; texto integral ainda está em processo de
tradução para o francês
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, Tarso
Genro, vai a Mônaco pedir às
autoridades daquele país que
autorizem a extradição do ex-banqueiro Salvatore Alberto
Cacciola. O ministro embarca
no sábado e deve se reunir, na
segunda, com o diretor-geral de
Justiça de Mônaco, Philippe
Narminau. O cargo equivale ao
de Tarso aqui no Brasil.
Ainda não há previsão de data para retorno nem informações sobre outros compromissos do ministro em Mônaco.
A decisão da viagem foi tomada ontem, segundo informou a assessoria do Ministério
da Justiça, diante da avaliação
do governo brasileiro de que
existe interesse das autoridades de Mônaco de conhecer rapidamente mais detalhes sobre
o caso do ex-banqueiro.
Dono do banco Marka, ele foi
condenado em 2005 a 13 anos
de prisão pela prática dos crimes de gestão fraudulenta da
instituição financeira no mercado brasileiro e peculato (usar
o cargo exercido para apropriação ilegal de dinheiro), mas estava foragido do Brasil desde
2000, quando aproveitou um
habeas corpus do Supremo Tribunal Federal para fugir para a
Itália, onde tem cidadania -e,
logo, não podia ser extraditado.
Preso no último sábado em
Mônaco, Cacciola era dono do
banco Marka, que quebrou em
1999 e, junto com o banco FonteCindam provocou prejuízo
de R$ 1,6 bilhão ao governo brasileiro, que interveio no caso,
sob a justificativa de evitar uma
crise que poderia varrer o sistema bancário brasileiro.
O episódio provocou uma
CPI, que teve até um então presidente do Banco Central,
Francisco Lopes, preso numa
sessão, diante das câmeras.
Trâmite
Tarso vai apresentar a Narminau o histórico do processo
de Cacciola, mas levará apenas
partes do pedido formal de extradição. A documentação tem
552 páginas e ainda está em
processo de tradução do italiano para o francês, língua oficial
de Mônaco.
Na reunião, Tarso será acompanhado pela ministra conselheira Maria Laura da Rocha,
que serve em Paris e foi destacada pelo Itamaraty para seguir
a tramitação da extradição de
Cacciola em Mônaco.
Antes de ser preso no principado, o ex-banqueiro já passeara por pelo menos dois outros
países da Europa.
Ele esteve na Grécia e também na Suíça. Mas, quando a
informação chegava à Interpol,
a polícia internacional, ele já
havia seguido para a Itália, seu
país Natal.
O pedido de prisão preventiva para efeito de extradição foi
enviado a Mônaco, mas ainda
não foi apreciado pela Justiça
local, o que só deve acontecer
depois da audiência de Tarso
com o ministro monegasco.
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