São Paulo, domingo, 20 de outubro de 2002

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Beijo de Genoino e Rioco foi no Carandiru

DA REVISTA DA FOLHA

O namoro de Rioco Kayano, 54, e José Genoino Neto, 56, começou atrás das grades, no Carandiru. Os dois estavam presos durante o regime militar, em 1972, acusados de "atividades subversivas".
Rioco estudava letras na USP, era militante do PC do B e foi presa por sua atuação no movimento estudantil. Foi torturada e condenada a três anos, mas cumpriu um ano e nove meses.
Genoino, militante do mesmo partido, ficou preso cinco anos por sua participação na guerrilha do Araguaia.
Apesar das circunstâncias, ela guarda com precisão a data do início do namoro: 6 de outubro de 1973, quando se beijaram pela primeira vez no pátio da prisão. "Trocávamos bilhetes, cartas e alguns carinhos. Mais do que isso não dava", conta Rioco, rindo.
O namoro proibido durou pouco, porque Genoino foi transferido no ano seguinte para Fortaleza. Perderam o contato por três anos. O reencontro, em 1977, aconteceu por meio de amigos.
"Eu sabia que ele viria para São Paulo assim que saísse da prisão em 18 de abril e, claro, estava na maior expectativa. Ele veio no mês seguinte e foi um encontro emocionante."
No mesmo ano, foram morar juntos, mas, como típicos representantes da geração 68, nunca casaram no papel.


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