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Ex-cabo que repassou
fotos diz sofrer ameaça
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O responsável pelo envio em
1997 à Câmara das três fotos que
mostrariam o jornalista Vladimir
Herzog horas antes de sua morte,
o ex-cabo José Alves Firmino disse ontem que vem recebendo
ameaças de morte e que se considera "vítima" de uma lavagem cerebral que teria sido feita por superiores no Exército. "A filosofia
deles é que estávamos fazendo
um benefício para o Brasil, um
bem para a nação. Se mandam
praticar um ato irregular, é porque no fim isso seria bom para o
país. Foi uma lavagem cerebral."
Segundo Firmino, as fotos de
Herzog faziam parte de um conjunto de quatro caixas de documentos de inteligência do Exército que recebeu em sua casa. Dias
antes, ele recebeu por um oficial
superior a notícia de que o Comando de Inteligência do Exército discutia sua morte. Portador de
hanseníase, Firmino ameaçava
processar o Exército.
O nome do oficial, que ainda está na ativa, não é revelado por Firmino para preservá-lo. O Centro
de Comunicação Social do Exército informou que não iria comentar as afirmações de Firmino.
O oficial que contou a suposta
trama pediu que ele se afastasse.
Quando recebeu os documentos,
Firmino avaliou que tinha algo
para se proteger.
"Havia ordens de busca, pedidos de busca, fotos, relatórios de
inteligência", afirmou Firmino,
que contou sua história ao jornal
"Correio Braziliense".
Uma das ordens recebidas por
Firmino, sempre segundo ele, foi
matar o ex-tenente Benjamim
Soares de Soares. O ex-cabo diz
ter sabotado o carro de Soares,
que saiu vivo do acidente e ainda
sobreviveu a um outro atentado.
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