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SÃO PAULO
Para prefeita licenciada, ex-presidente não foi "democrático" ao liberar verbas; petista afirma que não deve encontrar Lula
Marta volta a atacar FHC durante campanha
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita licenciada de São
Paulo, Marta Suplicy (PT), afirmou ontem que o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso
"não se preocupava com a pobreza" na cidade e não foi "democrático" na liberação de verbas.
"O presidente Fernando Henrique foi absolutamente político na
distribuição de suas verbas, tanto
é que aqui em São Paulo não recebemos nada durante o seu governo. O presidente Lula é uma pessoa absolutamente diferente, democrática. Distribui verbas de
acordo com a sintonia dos projetos", disse Marta, durante entrevista ao programa de rádio de Eli
Corrêa, ontem de manhã.
Em seguida, no corpo-a-corpo
que fez em São Miguel Paulista
(zona leste), Marta bateu ainda
mais forte em FHC e retomou as
críticas a José Serra (PSDB) feitas
no dia anterior. "No governo Fernando Henrique [1995-2002] eu
passei a pão e água porque ele não
se preocupava com a pobreza,
não liberou verba para a cidade de
São Paulo", afirmou.
A petista voltou a repetir que terá mais facilidade para obter recursos do governo federal por ter
"sintonia" com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, mas negou
que Serra, se for eleito prefeito de
São Paulo, será discriminado.
"Trabalhamos juntos"
"O que eu quero dizer é que tenho sintonia com o presidente da
República, os projetos são iguais,
nós trabalhamos juntos e tenho
certeza de que os recursos virão,
principalmente para o CEU-Saúde", disse, para completar que "é
importante dizer que o outro não
tem proposta, e então o presidente não pode nem se manifestar".
Isso não impede, no entanto,
que Serra venha a receber recursos da União. "O presidente procura ser o mais justo possível",
afirmou, enquanto visitava mutirões em São Miguel Paulista. Marta disse que não encontrará Lula,
que estará em São Paulo hoje.
"Preciso fazer rua", disse, referindo-se à campanha.
Dia longo
Em São Miguel, mais de 50 ruas
foram asfaltadas nos últimos dois
anos da gestão Marta, o que gerou
uma boa acolhida da população.
O único encontro com tucanos foi
quando ia de um local para outro
na região, de carro, mas não houve nenhuma hostilidade.
À tarde, Marta continuou seu
longo dia de campanha em caminhada pelas ruas da Penha (zona
leste de São Paulo). Entrou em lojas, farmácias, supermercados e
açougues, muitos deles.
Em seguida, já no final da tarde,
foi para um shopping center, também na Penha, pela primeira vez
desde o início da disputa eleitoral.
Lá, encontrou o filho Supla e
cumprimentou eleitores.
Chegou a dar uma bronca em
uma funcionária do shopping,
que queria levá-la para a praça de
alimentação do local, vazia. Comprou dois livros infantis para o
neto, por R$ 118, e tomou um café,
completando uma jornada de
campanha que durou 11 horas.
Durante a caminhada, a prefeita
licenciada encontrou um garoto
de 13 anos que havia achado há algum tempo a carteira que seu filho Supla tinha perdido durante
um evento de campanha. O menino foi apresentado à Marta pela
avó dele. Feliz por ter reencontrado o garoto, a petista pediu a seus
assessores que anotassem o endereço do rapaz e enviassem a ele
um CD de seu filho.
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