São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2004

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SÃO PAULO

Para prefeita licenciada, ex-presidente não foi "democrático" ao liberar verbas; petista afirma que não deve encontrar Lula

Marta volta a atacar FHC durante campanha

PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita licenciada de São Paulo, Marta Suplicy (PT), afirmou ontem que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso "não se preocupava com a pobreza" na cidade e não foi "democrático" na liberação de verbas.
"O presidente Fernando Henrique foi absolutamente político na distribuição de suas verbas, tanto é que aqui em São Paulo não recebemos nada durante o seu governo. O presidente Lula é uma pessoa absolutamente diferente, democrática. Distribui verbas de acordo com a sintonia dos projetos", disse Marta, durante entrevista ao programa de rádio de Eli Corrêa, ontem de manhã.
Em seguida, no corpo-a-corpo que fez em São Miguel Paulista (zona leste), Marta bateu ainda mais forte em FHC e retomou as críticas a José Serra (PSDB) feitas no dia anterior. "No governo Fernando Henrique [1995-2002] eu passei a pão e água porque ele não se preocupava com a pobreza, não liberou verba para a cidade de São Paulo", afirmou.
A petista voltou a repetir que terá mais facilidade para obter recursos do governo federal por ter "sintonia" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas negou que Serra, se for eleito prefeito de São Paulo, será discriminado.

"Trabalhamos juntos"
"O que eu quero dizer é que tenho sintonia com o presidente da República, os projetos são iguais, nós trabalhamos juntos e tenho certeza de que os recursos virão, principalmente para o CEU-Saúde", disse, para completar que "é importante dizer que o outro não tem proposta, e então o presidente não pode nem se manifestar".
Isso não impede, no entanto, que Serra venha a receber recursos da União. "O presidente procura ser o mais justo possível", afirmou, enquanto visitava mutirões em São Miguel Paulista. Marta disse que não encontrará Lula, que estará em São Paulo hoje. "Preciso fazer rua", disse, referindo-se à campanha.

Dia longo
Em São Miguel, mais de 50 ruas foram asfaltadas nos últimos dois anos da gestão Marta, o que gerou uma boa acolhida da população. O único encontro com tucanos foi quando ia de um local para outro na região, de carro, mas não houve nenhuma hostilidade.
À tarde, Marta continuou seu longo dia de campanha em caminhada pelas ruas da Penha (zona leste de São Paulo). Entrou em lojas, farmácias, supermercados e açougues, muitos deles.
Em seguida, já no final da tarde, foi para um shopping center, também na Penha, pela primeira vez desde o início da disputa eleitoral. Lá, encontrou o filho Supla e cumprimentou eleitores.
Chegou a dar uma bronca em uma funcionária do shopping, que queria levá-la para a praça de alimentação do local, vazia. Comprou dois livros infantis para o neto, por R$ 118, e tomou um café, completando uma jornada de campanha que durou 11 horas.
Durante a caminhada, a prefeita licenciada encontrou um garoto de 13 anos que havia achado há algum tempo a carteira que seu filho Supla tinha perdido durante um evento de campanha. O menino foi apresentado à Marta pela avó dele. Feliz por ter reencontrado o garoto, a petista pediu a seus assessores que anotassem o endereço do rapaz e enviassem a ele um CD de seu filho.


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