São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2004

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CAMPANHA NA TV

Mercadante assume frente de ataque e Serra defende Kassab

DA REDAÇÃO

Aliado ao bombardeio do vice da chapa tucana, Gilberto Kassab (PFL), o PT convocou, pelo segundo dia consecutivo, o senador Aloizio Mercadante para a linha de frente de ataques na TV, na tentativa de "desconstruir" o programa de José Serra (PSDB).
Os tucanos reagiram. Ontem à noite, Serra se queixou -afirmou que os ataques atingiram "até ao falecido governador Mário Covas"- , fez discurso defendendo Kassab e exibiu documento assinado na sabatina da Folha como "compromisso público" de que, se eleito, cumprirá o mandato completo na prefeitura.
Desde o último domingo as campanhas trocam acusações pesadas, exibindo "reportagens", com câmera escondida, em especial sobre a saúde -sem vinheta ou identificação partidária.
A tática mudou com Mercadante. Ele exibiu vídeos adversários e acusou Serra de "explorar o sofrimento dos mais humildes". Pediu desculpas pela "indignação".
Depois, a prefeita Marta Suplicy surgiu, branda, e pediu à população que considerasse suas obras, e não as críticas de José Serra.
O objetivo de levar o senador à TV é evitar que a ofensiva cole à imagem da prefeita -mas o resultado era considerado controverso ontem. O desempenho de Marta esbarra em alto índice de rejeição, parte atribuído à "pecha de arrogante".
Serra não esqueceu do ponto vulnerável. Em seu discurso, disse que, como prefeito, falará de "igual para igual", "sem aquela arrogância". O restante do programa dedicou às obras do governo Alckmin, apesar de acusar Marta de "estadualizar" as críticas para fugir do debate sobre a prefeitura.
À tarde, Serra prometeu "ajudar" o Estado na expansão do metrô. Não mencionou verba nem cronograma de construção. A obra mais importante, por exemplo, a da linha 4, não deve ficar pronta antes de 2008. Questionado, Serra disse que o metrô é de competência da prefeitura e que a verba virá de "operações urbanas", mecanismo que "vende" potencial construtivo à iniciativa privada.

Punições
Ontem, a onda de ataques petista sofreu dois reveses. Uma liminar da Justiça Eleitoral tirou do ar inserções que exibiam reportagem da Folha sobre o crescimento patrimonial de Gilberto Kassab (316% em quatro anos) por não haver identificação do partido. O governador Geraldo Alckmin obteve direito de resposta de um minuto no programa petista.


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