São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Alckmin não fixa prazo para fazer ajuste fiscal

Tucano diz que zerar déficit nominal do governo pode demorar mais de 4 anos

Candidato do PSDB afirma que, caso eleito no próximo dia 29, não pretende ficar no Palácio do Planalto por mais de um mandato


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato tucano ao Planalto, Geraldo Alckmin, afirmou ontem, após a sabatina da Folha, que o ajuste fiscal proposto pela sua campanha pode levar mais de quatro anos para ser atingido e não afetará os gastos sociais do governo.
Alckmin, entretanto, disse que, caso eleito, não pretende ficar mais do que um mandato na Presidência. "Vou fazer um bom mandato de quatro anos."
Com a declaração, o tucano busca manter o apoio do governador eleito de SP, José Serra, e do governador de Minas, Aécio Neves, nomes sempre lembrados para as eleições de 2010.
Alckmin se comprometeu, durante a sabatina, a manter a reeleição para os governadores eleitos neste e para os prefeitos que tomaram posse em 2005. Assim, espera não desagradar aliados regionais.
"Você não muda regra que foi estabelecida, você muda para o futuro. No que depender de mim, acabo com a reeleição, começo dando exemplo de fazer um mandato de quatro anos."

Ajuste
Na semana passada, Alckmin desautorizou o economista Yoshiaki Nakano, que defendeu um ajuste fiscal rigoroso no Estado. Ontem, o presidenciável endossou o discurso do assessor, mas não fixou metas.
"O Brasil tem superávit primário, sem contar a despesa com gastos com juros, para que você ponha gasto com juros você tem déficit nominal, quase 4% do PIB. O ideal é você zerar esse déficit o mais rápido possível, se vai fazer em quatro anos, em cinco anos, quanto mais rápido melhor", disse.
Questionado sobre a área social, disse que não haverá cortes. "Governar é escolher, você não precisa cortar na área social. Quando melhora a gestão, a qualidade do gasto público é para sobrar dinheiro exatamente para o social."

Auto-crítica
Após ter dito que sua campanha errou ao manter-se na defensiva no debate sobre as privatizações, o tucano afirmou que o tema foi "supervalorizado". "Essa pauta acabou sendo supervalorizada, no fundo, pela nossa indignação frente a esse conjunto de mentiras que estão sendo colocadas", disse.
O comando da campanha tucana iniciou nesta semana uma nova estratégia de comunicação que tem como objetivo evitar o isolamento do presidenciável no embate com o PT.
Uma equipe de deputados, senadores, governadores e membros da campanha foi escalada para responder diariamente aos petistas. Com a estratégia, a aliança PSDB-PFL espera reverter a vantagem de Lula na reta final.
A mulher do candidato, Lu Alckmin, também participará ativamente da campanha. Hoje, estará na região Norte.
"Estamos em um processo eleitoral muito dinâmico. Você tem aí talvez uns 10 milhões de eleitores que têm uma escolha de voto que ainda não está definida", disse Alckmin.


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