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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Alckmin não fixa prazo para fazer ajuste fiscal
Tucano diz que zerar déficit nominal do governo pode demorar mais de 4 anos
Candidato do PSDB afirma
que, caso eleito no próximo dia 29, não pretende
ficar no Palácio do Planalto por mais de um mandato
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato tucano ao Planalto, Geraldo Alckmin, afirmou ontem, após a sabatina da
Folha, que o ajuste fiscal proposto pela sua campanha pode
levar mais de quatro anos para
ser atingido e não afetará os
gastos sociais do governo.
Alckmin, entretanto, disse
que, caso eleito, não pretende
ficar mais do que um mandato
na Presidência. "Vou fazer um
bom mandato de quatro anos."
Com a declaração, o tucano
busca manter o apoio do governador eleito de SP, José Serra, e
do governador de Minas, Aécio
Neves, nomes sempre lembrados para as eleições de 2010.
Alckmin se comprometeu,
durante a sabatina, a manter a
reeleição para os governadores
eleitos neste e para os prefeitos
que tomaram posse em 2005.
Assim, espera não desagradar
aliados regionais.
"Você não muda regra que foi
estabelecida, você muda para o
futuro. No que depender de
mim, acabo com a reeleição, começo dando exemplo de fazer
um mandato de quatro anos."
Ajuste
Na semana passada, Alckmin
desautorizou o economista
Yoshiaki Nakano, que defendeu um ajuste fiscal rigoroso no
Estado. Ontem, o presidenciável endossou o discurso do assessor, mas não fixou metas.
"O Brasil tem superávit primário, sem contar a despesa
com gastos com juros, para que
você ponha gasto com juros você tem déficit nominal, quase
4% do PIB. O ideal é você zerar
esse déficit o mais rápido possível, se vai fazer em quatro anos,
em cinco anos, quanto mais rápido melhor", disse.
Questionado sobre a área social, disse que não haverá cortes. "Governar é escolher, você
não precisa cortar na área social. Quando melhora a gestão,
a qualidade do gasto público é
para sobrar dinheiro exatamente para o social."
Auto-crítica
Após ter dito que sua campanha errou ao manter-se na defensiva no debate sobre as privatizações, o tucano afirmou
que o tema foi "supervalorizado". "Essa pauta acabou sendo
supervalorizada, no fundo, pela
nossa indignação frente a esse
conjunto de mentiras que estão
sendo colocadas", disse.
O comando da campanha tucana iniciou nesta semana uma
nova estratégia de comunicação que tem como objetivo evitar o isolamento do presidenciável no embate com o PT.
Uma equipe de deputados,
senadores, governadores e
membros da campanha foi escalada para responder diariamente aos petistas. Com a estratégia, a aliança PSDB-PFL
espera reverter a vantagem de
Lula na reta final.
A mulher do candidato, Lu
Alckmin, também participará
ativamente da campanha. Hoje, estará na região Norte.
"Estamos em um processo
eleitoral muito dinâmico. Você
tem aí talvez uns 10 milhões de
eleitores que têm uma escolha
de voto que ainda não está definida", disse Alckmin.
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