São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2008

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PT pode perder hegemonia de 16 anos em BH

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Aconteceu em 2004 com o PT em Porto Alegre, Ipatinga (MG) e Icapuí (CE). Quatro anos depois, a "maldição" dos 16 anos pode se abater sobre o PT em Belo Horizonte. Pela quarta vez no país, os petistas podem ser desbancados de mais uma hegemonia de quatro mandatos consecutivos.
O deputado federal Leonardo Quintão (PMDB) lidera o segundo turno da disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, administrada pelo petista Fernando Pimentel, que se aliou ao governador tucano Aécio Neves para lançar Marcio Lacerda (PSB) candidato a prefeito, com um petista de vice.
No poder desde 1993, com o então prefeito Patrus Ananias, atual ministro do Desenvolvimento Social, o PT de Minas rachou por conta da aliança que Pimentel fez com o tucano Aécio, o que criou dissidências no partido e também afastou petistas da disputa eleitoral, caso de Patrus e do também ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência).
Coincidência ou não, nos casos de Porto Alegre e Ipatinga as perdas das hegemonias administrativas e políticas, após 16 anos consecutivos no poder local, aconteceram em momentos em que o PT não se entendeu e foi dividido para a disputa eleitoral daquele ano.
No segundo turno da eleição de 2004 em Porto Alegre, José Fogaça, então no PPS, bateu o petista Raul Pont e agora tenta a reeleição. O segundo turno é justamente contra o PT.
Em Ipatinga, com 167,9 mil eleitores, Sebastião Quintão (PMDB) desbancou o petista João Magno, mas agora perdeu a reeleição e o PT voltará à prefeitura.
Das únicas prefeituras petistas que nunca conseguiram ir além dos 16 anos, apenas na pequena Icapuí (14,5 mil eleitores) o PT perdeu sem estar dividido internamente. Na cidade cearense, José Airton Cirilo e Dedé Teixeira se revezaram no comando da prefeitura até serem desbancados pelo PSDB em 2004. A tentativa de voltar neste ano fracassou.
Em Belo Horizonte, mesmo com as divisões internas, a eleição de Lacerda era tida como certa pelo PT de Pimentel e até mesmo entre os petistas dissidentes e afastados da disputa por conta do apoio de 14 partidos.
E apesar da rejeição da direção nacional do PT à aliança Pimentel-Aécio, os dois conseguiram arrancar declarações de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à parceria, mas ele não se envolveu na campanha. (PP)


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