São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2008

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Domingão

Reprodução
Fausto Silva entrevista o coronel, que volta a defender as ações da polícia
Depois de Sonia Abrão, Fausto Silva. O "Domingo do Faustão" entrou ontem, no final do futebol, com a "tragédia de Santo André". E falou longamente com o coronel José Vicente da Silva, que já havia participado do "Jornal Nacional". Ele foi secretário de Segurança de FHC, o que a Globo evitou registrar. Garante o coronel tucano que se trata de "uma tropa extremamente experiente", que já salvou 42 pessoas, e "culpado foi quem atirou". Aliás, "os erros [da tropa] não foram decisivos para a morte" de Eloá. No fim, o "Domingão" deu o telefone e sugeriu ao telespectador que "Converse com o Cel. José Vicente". O "Fantástico" , depois, salvou em parte a cobertura até então grotesca, ouvindo um brasileiro "instrutor da Swat" que apontou erros sobre erros e se declarou, por fim, "envergonhado" como brasileiro.




ESPETACULAR

Reprodução
Na Record, a imagem da explosão da porta, segundos depois de um "estampido"
Também o "Domingo Espetacular" entrou logo após o futebol da Globo. E com gravação "exclusiva", dizendo que imediatamente "antes da explosão há um ruído". Um perito avaliou que poderia ser um tiro; outro, que poderia ser o detonador da bomba usada pela polícia. Mas antes, no sábado, o "Jornal da Band", também com "peritos que ouviram Nayara" e o seqüestrador, afirmou em manchete "exclusiva" que "não houve disparos antes da invasão da polícia". E ontem, no "Fantástico" , outro "perito" confirmou não identificar tiro nenhum antes da invasão. Em suma, teria sido mais um "erro".

ANTES? DEPOIS?
Reprodução

Abrindo o "JN" (acima), sexta, "Ouvem-se tiros e a polícia invade". Mas na reportagem, logo depois, "Policiais explodem a porta. Em seguida, tiros". E no "Fantástico", "tiros" também só "depois da explosão"



ELEITORAL NÃO, PASSIONAL
Os meandros pelos quais se estende a cobertura, para responsabilizar ou resguardar a polícia a dias da eleição, não chamam a atenção no exterior. Nas agências, a notícia é que a jovem Eloá foi morta pelo "ex-namorado, no caso que chocou o Brasil". De eleição, nada.



POLÍCIA VS. POLÍCIA
news.sky.com
Na Sky News, o choque

No exterior, o que "chocou" foi que aqui "Polícia combate polícia", na BBC , ou "Polícia entra em choque com colegas grevistas", no "Guardian" . O enunciado se reproduziu até na China, com "Polícia militar do Brasil entra em choque com manifestantes da polícia civil", da Xinhua . Mais uma vez, nada do subtexto eleitoral. A cobertura priorizou explicar que "estados brasileiros têm dois grupos de oficiais da lei, um uniformizado, para a ordem pública, outro em roupa comum, de investigação. E em algumas cidades ainda há ainda guardas".



CONSELHOS
latimes.com
No Brasil, a soja com os preços em queda
"Financial Times" e outros seguem acompanhando o impacto da crise por aqui, agora em função das apostas de empresas "mal aconselhadas" em derivativos. E ontem o "Los Angeles Times" deu longa reportagem sobre como chegou à América Latina o "aperto da crise econômica global", dizendo que Brasil, Argentina e outros países, "antes confiantes que a demanda em alta garantia preços elevados para produtos como soja, carne, minerais, estão sentindo os efeitos da falta de crédito".

LONGE DO FMI
No topo da busca de Brasil pelo Google News, a AP dizia ontem que a América Latina não quer saber do FMI, nesta crise, enquanto Ucrânia etc. apelam ao Fundo para não ter que recorrer à Rússia.

E DOS EUA
Também da AP, o "San Francisco Chronicle" e outros publicaram que os países da América Latina "se afastam dos EUA" devido à crise em Wall Street _e de ações como a volta da 4ª Frota.

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@ - Nelson de Sá


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