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Aldo e Renan dizem que Lula deveria
assumir que é candidato à reeleição
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os presidentes da Câmara dos
Deputados, Aldo Rebelo (PC do
B-AL), e do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), elogiaram ontem a declaração em
que o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva assumiu que é candidato
à reeleição e lamentaram sua decisão de dizer que tudo não passou de um "lapso".
"A questão eleitoral está muito
presente, indiscutivelmente. Tanto que, quando o presidente Lula
admitiu a candidatura, acho que,
do ponto de vista tático, era a melhor coisa que ele poderia fazer.
Mas, se ele considerou um ato falho, paciência", disse Renan, após
solenidade do Dia da Bandeira.
A seu lado, Aldo concordou.
"Eu diria que, já que a disputa está
tão acirrada e lançada a campanha eleitoral, talvez o melhor fosse assumir que há uma disputa e
ela tem repercussão", afirmou. "O
que não pode acontecer é essa disputa se colocar acima dos interesses da população, do Brasil."
Para os dois congressistas, o
lançamento de candidaturas não
prejudica as votações no Legislativo, porque, em sua avaliação, deixaria claro quando há interferência de interesses eleitorais nas vitórias e derrotas do governo. "O
lançamento de qualquer candidatura não dificulta o processo, ajuda a esclarecê-lo", falou Renan.
As declarações de ambos repercutem uma entrevista que Lula
concedeu a rádios regionais na
sexta-feira no Palácio do Planalto,
quando disse: "Vou, sim, disputar
a reeleição" -para depois afirmar que foi "um lapso".
Em outro tema relacionado às
eleições de 2006, Aldo afirmou
que vai colocar em votação nesta
semana a proposta de emenda
constitucional que prevê o fim da
verticalização de coligações eleitorais. Instituída em 2002, a verticalização define que, se partidos
se aliam no plano federal, não podem compor alianças opostas em
uma disputa estadual. Mesmo
que a medida consiga os 308 votos
necessários (entre 513) e cumpra
todo o processo legislativo ainda
deve haver contestação judicial,
porque não podem ser feitas alterações na legislação eleitoral a
menos de um ano do pleito.
Super-Receita
Renan disse esperar que o projeto de lei que cria a "Super-Receita" seja votado até o fim do ano. A
"Super-Receita", que unifica as
estruturas de fiscalização e arrecadação das pastas da Fazenda e da
Previdência, tinha sido criada por
uma medida provisória, mas perdeu seus efeitos anteontem. Isso
porque o Senado não votou a MP
que havia criado a estrutura.
Os congressistas dizem que não
eram contra a unificação, mas
contra a maneira como foi feita,
por MP. Agora, com um projeto
de lei que deve ser enviado pelo
governo amanhã ou depois, dizem que o texto será aprovado.
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