São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 2006

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Bolsa Família

Dulci defende Bolsa Família mas nega responder à CNBB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao participar da 4ª Semana Social Brasileira, organizada por movimentos sociais ligados à Igreja Católica, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, defendeu anteontem os programas do governo de distribuição de renda taxados de "assistencialistas".
Cobrado por participantes do evento sobre mudanças na economia, ele afirmou também que governo ainda não tem um plano econômico para o ano que vem.
"Às vezes, há uma crítica de assistencialismo quando, na verdade, esses programas conquistam direitos. O direito de comer é um direito elementar. A gente gostaria que no Brasil todos já tivessem esse direito", disse Dulci. "Não é uma questão de ser ou não assistencialista, mas a responsabilidade que o poder público tem de assegurar direitos".
Dulci, porém, negou que estivesse respondendo diretamente às críticas feitas pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) na última sexta-feira. Disse que não havia lido os jornais e que não sabia do conteúdo das declarações de dom Aldo Pagotto, presidente da Comissão Pastoral para o Serviço da Caridade Justiça e Paz.
Na sexta-feira, Pagotto sugeriu uma revisão no Bolsa Família -principal programa de distribuição de renda do atual governo. "É verdade que 11 milhões de famílias recebem no Nordeste e no Norte, mas isso levou uma acomodação, a um empazinamento", disse Pagotto.
O ministro falou por quase duas horas. Começou descrevendo as ações do governo e, depois, respondeu a perguntas formuladas pela platéia. João Pedro Stédile, coordenador Nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), cobrou mudanças na economia.
Dulci disse que elas existirão apesar de não terem sido definidas. Segundo ele, "o governo está numa fase em que ainda não tem um plano econômico". "Mas o presidente desencadeou uma discussão sobre o assunto e cobrou ousadia. Se considerasse que as medidas propostas são suficientes, nós haveria um plano", completou.
Stédile tentou conseguir de Dulci uma garantia de que o governo não fará reformas constitucionais, como a previdência e a tributária. O ministro respondeu que haverá reformas, "mas sem perda de direitos". (ADRIANO CEOLIN)


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