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Bolsa Família
Dulci defende Bolsa Família mas nega responder à CNBB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao participar da 4ª Semana Social Brasileira, organizada por movimentos sociais
ligados à Igreja Católica, o
ministro da Secretaria Geral
da Presidência, Luiz Dulci,
defendeu anteontem os programas do governo de distribuição de renda taxados de
"assistencialistas".
Cobrado por participantes
do evento sobre mudanças
na economia, ele afirmou
também que governo ainda
não tem um plano econômico para o ano que vem.
"Às vezes, há uma crítica
de assistencialismo quando,
na verdade, esses programas
conquistam direitos. O direito de comer é um direito elementar. A gente gostaria que
no Brasil todos já tivessem
esse direito", disse Dulci.
"Não é uma questão de ser ou
não assistencialista, mas a
responsabilidade que o poder público tem de assegurar
direitos".
Dulci, porém, negou que
estivesse respondendo diretamente às críticas feitas pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)
na última sexta-feira. Disse
que não havia lido os jornais
e que não sabia do conteúdo
das declarações de dom Aldo
Pagotto, presidente da Comissão Pastoral para o Serviço da Caridade Justiça e Paz.
Na sexta-feira, Pagotto sugeriu uma revisão no Bolsa
Família -principal programa de distribuição de renda
do atual governo. "É verdade
que 11 milhões de famílias recebem no Nordeste e no
Norte, mas isso levou uma
acomodação, a um empazinamento", disse Pagotto.
O ministro falou por quase
duas horas. Começou descrevendo as ações do governo e, depois, respondeu a
perguntas formuladas pela
platéia. João Pedro Stédile,
coordenador Nacional do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), cobrou mudanças na
economia.
Dulci disse que elas existirão apesar de não terem sido
definidas. Segundo ele, "o governo está numa fase em que
ainda não tem um plano econômico". "Mas o presidente
desencadeou uma discussão
sobre o assunto e cobrou ousadia. Se considerasse que as
medidas propostas são suficientes, nós haveria um plano", completou.
Stédile tentou conseguir
de Dulci uma garantia de que
o governo não fará reformas
constitucionais, como a previdência e a tributária. O ministro respondeu que haverá
reformas, "mas sem perda de
direitos".
(ADRIANO CEOLIN)
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