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Decisão do TSE mantém Cassol no cargo
A Assembléia Legislativa de Rondônia já havia aprovado legislação que alterava as normas sobre perda de mandato político
Governador foi cassado por suspeita de compra de votos nas eleições de 2006; para o presidente da OAB, Estado vive "insegurança" jurídica
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
O Tribunal Superior Eleitoral decidiu ontem manter no
cargo o governador de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido),
que havia tido o mandato cassado em primeira instância por
suspeita de compra de votos.
Pela decisão do TSE, Cassol
permanece no cargo até o julgamento do mérito do caso.
Na semana retrasada, Cassol
obteve liminar na instância superior, o TSE, que o garantia no
cargo até que eventuais embargos fossem julgados.
Isso aconteceu anteontem à
tarde, quando o TRE (Tribunal
Regional Eleitoral) de Rondônia negou os embargos declaratórios (contestações) de Cassol
sobre o acórdão que determinou seu afastamento. Com isso,
haveria realização de novas
eleições no Estado.
Ainda anteontem, porém, já à
noite, a Assembléia Legislativa
aprovou emenda constitucional mudando normas sobre
perda de mandato político.
Em um artigo da Constituição Estadual, os deputados inseriram um parágrafo que diz:
"não perderá o mandato o governador quando decretar a
Justiça Eleitoral ou quando sofrer condenação criminal, enquanto não transitado o respectivo processo".
Na prática, a decisão que conta é a tomada ontem pelo TSE.
Cassol vai permanecer no cargo
até que o tribunal julgue o recurso ordinário que vai ser impetrado pelo governador.
Cassol é acusado de ser beneficiário de um esquema de oferecimento de vantagem, nas
eleições de 2006, a empregados
da empresa Rocha Segurança e
Vigilância Ltda, pertencente a
um irmão do senador Expedido
Júnior (PR-RO), também cassado pelo TRE.
A acusação dizia que Cassol e
Expedito integrariam um esquema de contratação de funcionários da empresa, às vésperas do primeiro turno das eleições de 2006, para atuar como
cabos eleitorais, o que caracterizaria a compra de votos.
O presidente da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil em
Rondônia), Hélio Vieira da
Costa, criticou o que classificou
de "insegurança" jurídica vivida no Estado.
Emenda
Por meio da assessoria de imprensa, a Assembléia disse que
a emenda constitucional já estava na pauta de votações e que
não houve pressão de Cassol
para que ela fosse aprovada.
Também via assessoria, o governador negou interferência.
As duas instituições disseram
que a data da aprovação da
emenda foi "coincidência".
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