DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao final de um ano de arrocho fiscal recorde, o governo vem tentando apressar a liberação de recursos orçamentários. Na semana passada, uma edição extra do "Diário Oficial" trouxe decretos presidenciais com a liberação de R$ 7,4 bilhões para diversos órgãos e ministérios, oriundos, em sua maioria, de remanejamentos e excesso de arrecadação.
Ontem foram mais R$ 541 milhões, e o governo ainda aguarda a aprovação pelo Congresso de suplementações na casa dos R$ 8 bilhões. Não haverá tempo para gastar todo esse dinheiro até o final do mês e, conforme a Folha já noticiou, o ano deverá fechar com superávit primário (a economia destinada a pagar juros da dívida pública) de 4,8% do PIB, o mais alto desde o Plano Real.
Durante a reunião, o ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, disse que um governo que passou pela pior crise da história recente do país sem abrir as torneiras para acalmar os ânimos também não fará isso em ano eleitoral: "Quem atravessou oito meses desse bombardeio, desse ataque, sem usar do expediente da caneta contra a responsabilidade para a economia, seguramente não fará [isso] só por conta do ano eleitoral".


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