São Paulo, terça-feira, 20 de dezembro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/CONGRESSO

Só a partir de 16 de janeiro, quando serão retomadas as sessões plenárias, será possível fiscalizar assiduidade de parlamentares

Congresso não controlará presença neste mês

FÁBIO ZANINI
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Congresso Nacional não vai controlar a presença de deputados e senadores durante a primeira metade da convocação extraordinária. Somente quando se iniciarem as sessões plenárias, em 16 de janeiro, será possível saber quantos parlamentares apareceram para trabalhar.
A tendência é que até essa data o Congresso fique vazio, como já ocorreu no primeiro dia de convocação, sexta-feira passada, quando apenas dois deputados e dois senadores foram vistos. Somente comissões, CPIs e o Conselho de Ética da Câmara estão, teoricamente, trabalhando.
Ontem, o quórum foi pouco melhor: constatou-se a presença de dez deputados, a maioria ligados à CPI dos Correios, caso do relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) e do relator-adjunto Eduardo Paes (PSDB-RJ), além dos pefelistas ACM Neto (BA) e Onyx Lorenzoni (RS).
No Senado, apenas Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Heloisa Helena (PSOL-AL) circularam. Nem o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), nem o do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foram ao Congresso.
Não é possível dizer se outros parlamentares compareceram, justamente porque o controle de presença não será feito. É altamente improvável que o quórum tenha sido expressivo ontem, no entanto, dado o aspecto desértico de corredores e salões da Câmara e do Senado.
A Câmara utiliza, na falta do registro do painel eletrônico (que funciona somente quando há sessão deliberativa), o controle pelas portarias de entrada, mas nem isso ocorrerá.
De acordo com a Casa, não há motivo para isso, uma vez que não haverá sessão plenária. Os funcionários que realizam esse trabalho ganharam férias.
Cada parlamentar tem direito a receber R$ 25.694,40 de remuneração extra pela convocação, que termina em 14 de fevereiro. A despesa total, incluindo custos administrativos, se aproxima de R$ 100 milhões. Alguns deputados, como Chico Alencar (PSOL-RJ), Walter Pinheiro (PT-BA), Dr. Rosinha (PT-PR) e Vicentinho (PT-SP), dizem que ou abriram mão ou que pretendem doar os seus salários extras.

Pauta
A pauta legislativa para a convocação, divulgada na última quinta, tem 94 itens. Na Câmara, são 65 itens, incluindo as reformas tributária e política e uma improvável emenda que autorizaria a revisão constitucional.
Estão incluídos também a criação do Fundeb (fundo para a educação básica), a Lei Geral das Microempresas e o fim da verticalização nas coligações eleitorais. Na prática, dois ou três itens terão chance real e tempo de serem votados durante a convocação.
No Senado, são outras 29 matérias, como a mudança no rito das medidas provisórias e o novo Código Florestal.
As CPIs dos Bingos, em curso no Senado, e a dos Correios, mista, funcionaram parcialmente ontem. No caso da comissão dos Bingos, apenas os técnicos trabalharam, analisando dados referentes às quebras de sigilos bancários, telefônicos e fiscais de envolvidos em diferentes frentes de apuração, sendo a maioria deles citados em denúncias de corrupção em Ribeirão Preto durante a segunda gestão de Antonio Palocci na prefeitura da cidade.


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