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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ELEIÇÕES 2006
Na inauguração da sede municipal do PSDB, governador e prefeito elogiam administração anterior e criticam o governo Lula
Alckmin e Serra disputam apoio de FHC
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e o prefeito de São
Paulo, José Serra, exaltaram ontem ícones do partido e elogiaram
a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em mais
um lance da disputa pela preferência do PSDB. Ao discursar para na inauguração da nova sede
municipal do PSDB, Alckmin disse que "O Brasil é outro depois do
governo FHC" e citou seis vezes o
nome do governador Mario Covas, que morreu em 2001.
Alckmin -que foi ao evento dirigindo sua Parati- concluiu seu
discurso afirmando que o país
precisa crescer para completar
"um outro ciclo que se iniciou
com o governo FHC". Ao citar
Covas e o ex-governador Franco
Montoro como modelos, Serra
lembrou Sérgio Motta, que morreu em 1998, quando era ministro
das Comunicações de FHC.
"[Ele] fez um processo de privatização das teles limpo, que serviu
aos interesses do país e do setor,
uma área super-espinhosa. Imagine o que teria acontecido com as
teles se as empresas de telecomunicações fossem estatais, não tivessem sido privatizadas", discursou Serra, acrescentando: "A gente tem memória para apresentar".
No PSDB, há consenso de que
FHC será fundamental para a escolha do candidato do partido. A
família de Covas teria ascendência sobre o presidente nacional do
partido, Tasso Jereissati (CE). Os
filhos de Covas e Montoro foram
homenageados na solenidade.
Alckmin descreveu sua gestão
como "uma nova fase do governador Mário Covas". No auditório, Serra e Alckmin trocaram elogios. Os dois comemoraram o resultado da pesquisa Datafolha sobre a avaliação de seus mandatos.
Serra, porém, recomendou que o
partido acompanhe mais as ações
na prefeitura para converter essa
boa avaliação em capital político.
"Crescemos na população de
até cinco mínimos. O crescimento
foi aí. Esse crescimento tem que se
dar na política também." Serra
disse que essa investida "não significa usar a máquina". "Não sabemos usar a máquina... Não queremos mudar essa nossa tradição
de sermos incompetentes para
usar a máquina. Mas é fundamental que a gente aprenda ter trabalho político na cidade", propôs.
Serra também contou ter chamado os subprefeitos das regiões
mais desenvolvidas para analisar
outro dado da pesquisa: "[Entre
eleitores com renda familiar] acima de dez mínimos perdemos
posição relativa. Por isso não vamos só comemorar não."
Alckmin e Serra pregaram a
unidade e fizeram críticas ao governo Lula. Recebido ao som de
"queremos o Geraldo presidente
do Brasil", Alckmin sugeriu que o
PSDB preserve "laços de solidariedade, de companheirismo, de
lealdade". Num recado para os
que apostam num anti-Lula, disse
que o partido estará numa jornada "não contra o PT ou contra Lula", mas para impedir que o governo ande como caranguejo.
Serra também fez críticas ao PT:
"Ética, para muitos no brasil, virou uma arma da conveniência. É
ético quando está na oposição.
Quando está no governo pode pedir licença para deixar de ser ético
durante um tempo". Na saída, os
dois minimizaram a liderança de
Orestes Quércia para a corrida ao
Palácio dos Bandeirantes. Alckmin, porém, admitiu que é preciso "humildade de verificar que
nós vivemos num quadro que não
é apenas bipartidário", e Serra reconheceu que "é indiscutível" o
peso de Quércia na eleição.
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