São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

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Presidente pede, e Bastos fica até o final de janeiro

EDUARDO SCOLESE
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Numa sinalização de que deixará para fevereiro de 2007 a troca da maioria do primeiro escalão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem ao ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) que fique no cargo até o final de janeiro.
Bastos acatou o pedido, mas manteve claro o desejo de deixar o governo petista assim que Lula definir seu substituto. Tarso Genro, ministro das Relações Institucionais, e Sepúlveda Pertence, ministro do STF, são os mais cotados para a pasta.
Na cerimônia de sanção de projetos da reforma do Judiciário, Lula fez questão de elogiar publicamente Bastos. Diante da pergunta sobre o que fará quando deixar o ministério, Bastos disse: "Vadiar um pouco. E depois, advogar, mas, assim, de leve".
Segundo ele, o motivo do adiamento de sua saída -prevista inicialmente para o final deste mês- se deve à intenção de Lula de só fazer modificações na área da Justiça em janeiro. Segundo Tarso, o presidente poderá anunciar apenas dois ou três nomes neste ano, deixando o restante para fevereiro: "É provável que tenhamos dois ou três ministros até o dia 31 e depois, em fevereiro, a montagem do governo".
A espera por fevereiro é estratégica ao presidente. Passadas as eleições da Câmara e do Senado, Lula poderia montar seu time já ciente da real fidelidade e da força dos partidos da coalizão e com a chance de compensar partidos derrotados e excluir siglas vitoriosas nas disputas do Congresso. Por exemplo: caso Aldo Rebelo (PC do B) seja reconduzido à Mesa da Câmara, Lula deixaria os comunistas em segundo plano na disputa por mais cargos.
O presidente encontra dificuldades para preencher os cargos contemplando os desejos dos partidos que formam a "coalizão". As contas não fecham. O PT, que hoje ocupa 16 desses 34 cargos, diz que não admite perder espaço. PP e PC do B deixam claro que desejam ampliar seus espaços. O PMDB quer pelo menos cinco pastas.


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