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TSE fará auditoria de urnas eletrônicas
Reportagem da revista "Veja" aponta indícios de fraude na eleição em Alagoas; tribunal diz que falhas não são graves
TSE atribui o problema no Estado a um mecanismo de um lote específico, que não compromete o resultado que deu vitória a tucano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Confrontado com contestações sistemáticas do grau de
confiabilidade e segurança das
urnas eletrônicas, o presidente
do TSE (Tribunal Superior
Eleitora), Marco Aurélio de
Mello, decidiu pedir à Unicamp
uma auditoria para tentar pôr
fim a essas questões.
Ontem, a revista "Veja" publicou reportagem apontando
indícios de fraudes nas urnas
nas eleições de Alagoas. O TSE
nega ter havido falhas graves e
atribui o problema a um mecanismo de um lote específico de
urnas, que não compromete o
resultado da eleição e não apresenta risco de manipulação.
Segundo a revista, um laudo
do diretor da divisão de Ciência
da Computação do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), Clóvis Torres Fernandes,
apontou que o número de votos
registrados em algumas urnas
foi menor que o de eleitores
que votaram de fato; foram totalizados votos de urnas que
simplesmente não existiam; e
algumas urnas não registraram
votos. Além disso, 35% das urnas do Estado teriam apresentado erros "bizarros", no dizer
de "Veja", e o sistema de voto
eletrônico teria registrado
22.562 eleitores a menos que o
total que efetivamente votou.
O presidente do TSE disse,
por meio de sua assessoria, que
a utilização de urnas no Brasil
ocorre no Brasil há dez anos
com "absoluto sucesso", sem
nunca "ter havido nenhuma
impugnação grave".
O tribunal afirma que o problema em Alagoas se deveu a falhas num lote de 1998, que teria
capacidade de memória muito
baixa. O problema estaria no
"log", um dos mecanismos de
segurança da máquina, que
funciona como uma espécie de
"livro de ponto", registrando o
que acontece com o equipamento. Em razão dessa memória curta, o equipamento não
gravaria tudo o que ocorre. No
entanto, segundo o TSE, é possível recuperar manualmente o
que não foi gravado no "log".
O processo ainda está no Tribunal Regional Eleitoral de
Alagoas, mas pode chegar ao
TSE. A assessoria do órgão diz
que por enquanto não existe a
menor hipótese de anulação da
eleição do atual governador,
Teotônio Vilela Filho (PSDB).
Toda a polêmica começou na
eleição entre Teotônio e o deputado federal João Lyra
(PTB), derrotado na disputa. O
advogado de Lyra, o ex-ministro do TSE Fernando Neves,
disse à revista "Veja" que houve
uma distorção muito grande
entre as pesquisas e os resultados, com derrotas do seu cliente em redutos eleitorais dele. A
Folha não o localizou ontem.
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