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Comissão vai analisar suspeitas contra Lupi
Ao menos três casos envolvendo suposto favorecimento a políticos do PDT pelo Ministério do Trabalho serão avaliados
Comissão de Ética Pública se reúne na próxima segunda; o Planalto não considera, por ora, a possibilidade de saída de Lupi do governo
DA REPORTAGEM LOCAL
A Comissão de Ética Pública
do governo federal analisará na
próxima segunda-feira as suspeitas de favorecimento a políticos do PDT pelo Ministério
do Trabalho. A pasta é comandada por Carlos Lupi, que também é presidente do partido.
Ao menos três casos envolvendo suspeitas de favorecimento da pasta a pessoas e entidades ligadas ao PDT serão
analisados. Dois são baseados
em reportagens da Folha e um
terceiro relativo a assunto levantado pelo jornal "O Globo".
A Folha de ontem noticiou
que pelo menos 12 convênios
assinados pelo Ministério do
Trabalho autorizaram a destinação de R$ 50 milhões a entidades e pessoas ligadas a políticos do PDT. O valor representa
quase a metade da verba disponibilizada para treinamento de
mão-de-obra em 30 convênios.
Em alguns casos, os representantes das entidades são parentes, amigos ou doadores de
campanha de políticos do PDT.
Há também verba de R$ 14,7
milhões a duas entidades (DataBrasil e Inesp) parceiras da
Força Sindical, presidida por
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, filiado ao PDT.
O ministério e as entidades
beneficiadas negam qualquer
favorecimento aos citados.
Há dez dias, a Folha também
noticiou que outra entidade ligada à Força Sindical, a CNTM
(Confederação Nacional dos
Trabalhadores Metalúrgicos)
pleiteava convênio no ministério para recolocar mão-de-obra
em São Paulo a um custo quase
100% maior do que o gasto pelo
governo paulista para a realização do mesmo trabalho.
O ministério apoiava o convênio, o que gerou reações do
governo do Estado e da prefeitura paulistana, que também
recoloca mão-de-obra na capital. A proposta da CNTM prevê
retirar da prefeitura dois dos
seis postos de recolocação de
trabalhadores em São Paulo.
Na terça, uma semana após a
publicação da reportagem, o
projeto da CNTM foi alterado,
e o custo, reduzido em 31%.
Já a reportagem do "Globo",
publicada no sábado, levantou
suspeitas da validade de convênio de R$ 10,7 milhões entre o
Trabalho e a DataBrasil.
Segundo o presidente da Comissão de Ética, Marcílio Marques Moreira, na segunda será
decidida a "admissibilidade" de
os três casos serem objeto de
ação aprofundada do órgão.
Em 23 de dezembro de 2007,
a comissão recomendou ao
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva a remoção de Lupi do ministério ou sua saída da presidência do PDT, pois entende
haver conflito de interesses.
Por ora, o Planalto não considera a possibilidade de saída de
Lupi do governo. Avaliou como
insuficiente para miná-lo a revelação da Folha de que sob
sua gestão foram beneficiadas
com convênios entidades vinculadas ao seu partido.
Na avaliação da cúpula do governo, esse caso deve, por enquanto, ficar na alçada da Comissão de Ética Pública.
A assessoria do ministro informou ontem que ele não iria
se pronunciar sobre o assunto.
A comissão existe desde
2000. Marcílio assumiu em
2002, na gestão FHC, e foi reconduzido ao cargo por Lula,
em 2005, para mais três anos.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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